São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997 |
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Polícia investiga operação da IBF
FÁBIO SANCHEZ
A operação tem uma forma diferente das realizadas com títulos públicos investigadas até agora. A suspeita é que ela tenha servido para "esquentar" dinheiro arrecadado ilegalmente no mercado. Na operação, Ibraim comprou um documento de cessão de crédito de exportação, denominado "export note" -um tipo de carta de crédito que equivale a um título privado, baseado em um contrato de exportação. Em depoimento à PF, Ibraim disse que assinou o contrato sem ler e que a operação teria sido realizada, na verdade, pela distribuidora Split, do empresário Enrico Picciotto. O documento de cessão de crédito foi comprado do Banco Pontual. Este, por sua vez, produziu o documento para empresas ligadas ao grupo Uemura. Assinar sem ler Ontem, a PF de São Paulo ouviu, pela terceira vez, um assessor da diretoria do Uemura, Luiz Mário de Azevedo Ramos. Segundo ele, o grupo realizou um contrato de crédito para a formação de uma cooperativa de caminhoneiros. O diretor jurídico do grupo, José Luiz Mattos Jr., diz que o contrato de "export note" foi "preenchido por algum funcionário do banco". Segundo ele, o contrato passou pelo grupo Uemura e foi assinado por um diretor sem que fosse lido. "Houve confiança no banco." Cláudio Lellis, vice-presidente do Pontual, diz que a operação foi "legal e transparente". O banco enviou em fevereiro a documentação dos contratos para a CPI. Para Lellis, "é um absurdo imaginar que alguém assina uma contrato de US$ 18,5 milhões sem ler". Texto Anterior: Projeto facilita quebra de sigilo bancário Próximo Texto: SP perdeu R$ 8,7 mi em seis operações Índice |
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