São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997
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SP perdeu R$ 8,7 mi em seis operações

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em seis operações de venda e recompra de títulos públicos rastreadas ontem pela CPI dos Precatórios, a Prefeitura de São Paulo teve prejuízo de R$ 8,715 milhões.
Duas distribuidoras de títulos ficaram com o maior lucro -a Split e a Negocial, ambas investigadas pelos senadores pela participação no esquema dos títulos públicos.
As operações rastreadas nos cadastros do Cetip (central de registro dos títulos públicos) foram realizadas entre dezembro de 1994 e abril de 1995, durante a administração do ex-prefeito Paulo Maluf e na época em que Celso Pitta ocupava a Secretaria das Finanças.
Anteontem, haviam sido rastreadas pela CPI duas outras operações que provocaram prejuízos de R$ 4,9 milhões à prefeitura. O Banco Central já havia computado anteriormente perdas de R$ 10,39 milhões aos cofres da prefeitura em outras operações com títulos na gestão Maluf-Pitta.
A maior parte do prejuízo revelado ontem ocorreu em operações de recompra de títulos paulistanos em posse do Banco Econômico.
Num mesmo dia, os títulos saíam do Econômico e passavam por vários intermediários até serem comprados por preços bem mais altos pelo Banco do Brasil (que representava no mercado o Fundo de Liquidez da prefeitura).
No dia 13 de fevereiro, a prefeitura comprou por R$ 16,842 milhões do Banespa títulos oferecidos por R$ 13,526 milhões pelo Econômico à distribuidora Time, que repassaria o lote para a Split faturar, em seguida, R$ 1,468 milhão.
O Econômico aparece com lucro de R$ 266 mil numa operação em que, num mesmo dia, a prefeitura vende e recompra seus papéis.
Em outras duas operações em que a prefeitura também perdeu, os títulos saíram do Banco do Brasil e só foram chegar ao tomador final, no caso, a Caixa Econômica Federal, depois de passar por outra corrente de instituições.
A Split é tida como uma das principais empresas do esquema dos títulos públicos, além de ser personagem do caso Paubrasil, de financiamento da campanha do ex-prefeito Paulo Maluf. Nas operações investigadas ontem, a distribuidora ficou com R$ 2,85 milhões.
A Negocial é a instituição financeira que mais aparece nas operações rastreadas ontem, com lucro de R$ 3,476 milhões.
Segundo as investigações da CPI, a Negocial atuava com a Split. Também teria apresentado o ex-coordenador da Dívida Pública de São Paulo Wagner Ramos à corretora Perfil, que venderia o modelo da emissão irregular de títulos para pagamento de ações judiciais.

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