São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997 |
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Presidente do IPM considerou 'normal' ação parecida
MARCELO GODOY
Em seu relatório, datada de 12 de março último, ele disse que não via indícios de crime. Sua decisão foi ratificada pelo ex-comandante do 24º batalhão, tenente-coronel Pedro Pereira Matheus. O inquérito policial militar apurava a abordagem feita por policiais militares ao padeiro Daniel Sales de Lima, 18, no dia 8 de novembro de 1996. Daniel denunciou os policiais do 24º Batalhão à corregedoria da PM em setembro passado. O padeiro dizia ter sido extorquido em um blitz. Após ter sido abordado pelos policiais, seus familiares e amigos tentaram protegê-lo. Seus tios Silvério Gomes Ferreira e Maria da Conceição de Paula Ferreira, seu primo José Roberto Ferreira, e seus amigos Josuel Sales de Lima e Luiz Henrique de Paula também teriam apanhado dos policiais. Em meio a confusão, outros carros da PM teriam chegado ao local. Os policiais teriam disparado para o alto e levado as vítimas para a delegacia de Diadema. "Normas da PM" A primeira investigação do caso, chefiada pelo tenente Marco Antônio de Carvalho, concluiu que havia indícios de crime militar com base nos depoimentos, das vítimas e nos exames de corpo de delito que constataram as lesões. Mesmo assim, o tenente afirmou que a "guarnição trabalhou de acordo com as normas estabelecidas pela PM" e que o "civil Daniel Sales de Lima" foi quem "motivou a situação". Classificado como "rebelde" por não querer ser revistado pelos policiais militares, o relatório diz que Daniel estava "embriagado". Nos depoimentos, os PMs dizem que "nenhum policial agiu com violência, só com os meios necessários para manter a ordem". São acusados pelas vítimas o sargento Marcelo Fernando da Silva, os soldados José Luiz Fré, José Apolinário da Silva e Rogério Lima do Nascimento. Os policiais disseram também que não dispararam para o alto, mas que os moradores atiraram do alto de suas casas. "Embaraço" Ao ratificar o relatório do tenente Barros, o tenente-coronel Matheus fez apenas um reparo. Acusa o sargento Silva de uma transgressão disciplinar: não anotar na escala de serviço a dispensa médica de um soldado, o que "causou embaraço administrativo". Assim foi concluído o inquérito que investigava as acusações de espancamento que teriam sido cometidas pelos PMs de Diadema. Agora, ele será remetido ao Ministério Público que o analisará. Um outro inquérito, do 2º DP de Diadema, apura a acusação de espancamento e a de resistência à prisão feitas pelos PMs contra as vítimas. Texto Anterior: Motta critica Mário Covas Próximo Texto: Tenente-coronel é detido Índice |
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