São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997 |
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Briga de PMs e civis é investigada em MG
PAULO PEIXOTO
A confusão, segundo o tenente César Romero, assessor de Comunicação Social do 14º Batalhão de Ipatinga (a 209 km de Belo Horizonte), começou quando o sargento Ânderson Soares Ribeiro interpelou G.A.L.P., 16, que teria chutado um cachorro na calçada, depois de estacionar o carro que dirigia. Após a interpelação, o pai de G., Admilson Lopes Pereira, 36, e o seu tio, Adaílton Lopes Pereira, se envolveram na confusão para defendê-lo e evitar que o carro fosse apreendido, sob a alegação de que o rapaz não é habilitado. A versão de G. e de seus parentes não bate com a dos policiais, que são acusados de sacar armas, invadir a padaria da família Pereira e agredi-los a socos e pontapés. "Eu só tropecei no cachorro, não chutei. Nós não agredimos, fomos agredidos", disse G. à Agência Folha. A versão dos policiais -o sargento e mais quatro soldados-, segundo o assessor da PM, é de que G. e seus parentes os agrediram, fisicamente e verbalmente, ao resistirem à apreensão do carro. Eles negam ter sido violentos e sacado armas. A confusão ocorreu às 20h45, logo após o Jornal Nacional, da TV Globo, ter exibido cenas de violência praticadas por policiais militares contra civis em Diadema (SP). A mãe de G., Maria do Socorro, disse que "o sargento e mais umas 15 pessoas" viram o telejornal na televisão da padaria. Após a exibição das cenas, seu marido teria dito que a ação dos PMs paulistas era "bárbara". "O sargento, nesse momento, balançou a cabeça concordando e saiu. Pouco depois ele interpelou o meu filho. Na confusão, chegaram mais policiais e muitas pessoas comentaram que a arbitrariedade não acontece só em São Paulo." A confusão só terminou com a interferência do comando do 14º Batalhão. Todos os envolvidos foram para o quartel da PM, onde prestaram depoimento. Texto Anterior: 'Batalhão era difícil' Próximo Texto: PMs matam pai e filho em vingança Índice |
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