São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997
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Produto usado em diálise pode ter causado mortes em Santos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Técnicos da Vigilância Sanitária do Estado e da prefeitura fizeram ontem uma vistoria na Santa Casa de Santos (72 km de SP), onde três pessoas morreram numa mesma sessão de hemodiálise na última segunda-feira.
Os técnicos recolheram galões de diasol, solução usada no processo de diálise. O material será encaminhado para análise no Instituto Adolfo Lutz, e o resultado deve ser divulgado em uma semana.
A suspeita dos técnicos é a de que pode ter havido erro nas dosagens das substâncias com as quais é fabricado o diasol. A hemodiálise é uma "filtragem" do sangue de doentes renais.
O chefe do Serviço de Hemodiálise, o nefrologista Eduardo Gasi, 49, disse que o diasol usado na Santa Casa é produzido na própria farmácia do hospital.
Ele afirmou que, após as mortes -e depois de se ter verificado que não havia problema com o equipamento ou com a água-, o hospital suspendeu o uso do diasol fabricado internamente e adquiriu galões de laboratórios particulares.
Cinco pacientes que estavam na sessão na qual ocorreram as três mortes passaram mal e foram internados preventivamente na última segunda-feira. Segundo Gasi, eles deveriam receber alta ontem. O serviço de hemodiálise está funcionando normalmente.
O provedor da Santa Casa, Manoel Lourenço das Neves, apresentou ontem um relatório produzido mensalmente por um engenheiro químico contratado pelo hospital que atesta a qualidade da água usada na hemodiálise.
O temor que se instalou entre os pacientes de hemodiálise da Santa Casa era que pudesse se repetir em Santos o problema ocorrido no ano passado em Caruaru (PE), quando dezenas de pacientes morreram devido à presença de toxinas na água.

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