São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997
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Pequenos ameaçam o acordo do Clube dos 13

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, até o fechamento desta coluna, no final da tarde de ontem, continuavam as negociações sobre os direitos de transmissão pela TV do Campeonato Brasileiro -em uma das maiores batalhas de bastidores já travadas entre as principais emissoras brasileiras.
Essa coluna, na terça, cometeu o pecado de omitir que o direito de preferência, reivindicado pela Globo e pela Bandeirantes, é uma cláusula do contrato que vigiu até agora.
Essa coluna ouviu também, de um interlocutor da rede Globo, a observação dizendo que, se os clubes como Palmeiras, São Paulo e Grêmio são os com mais visão estratégica -como se disse aqui, na quinta-, eles deveriam procurar um acordo com a emissora que oferece maior audiência.
Até a terça (os fatos estão muitos dinâmicos nessa batalha), a Globo levaria não só uma oferta para cobrir financeiramente a proposta do SBT, mas também a proposta de um pacote promocional em torno do Clube dos 13.
(Em tempo: a ESPN Brasil, distribuída pela TVA, reivindica o fato de ter sido a primeira a desenhar todo um projeto para o futebol que seria adotado para o Brasileiro-97).
Nos últimos dias, houve uma verdadeira caça aos integrantes do Clube dos 13.
Nas fileiras da Globo, há a convicção que Palmeiras e São Paulo fecharam com Sílvio Santos. Ali, reina a certeza que Jayme Franco, do São Paulo, estaria fazendo o contato com os outros times.
A Globo contra-atacou e fez uma marcação homem a homem com os outros times que integram o Clube dos 13. Esta coluna ouviu, de um integrante das fileiras da Globo, que ele se sentiu, nos últimos dias, como um deputado caçando voto de parlamentares dentro do Congresso.
Inicialmente, o Clube dos 13 propôs uma unificação das propostas para todas as modalidades.
A Globo apresentou para a aberta, para a Globosat (Net e Multicanal) e para a Sky.
A Bandeirantes entrou como aberta em um consórcio com a ESPN Brasil (TVA) e a Directv.
Como a proposta do SBT abrangia os direitos para as TVs por assinatura e para os canais pay-per-view, houve o chamado "ruído" no setor.
Directv e Sky, emissora de pay-per-view, avisaram o Clube dos 13 que não aceitariam negociar com terceiros.
Sem o acordo global para as três maneiras de transmissão, a ESPN Brasil enviou uma notificação judicial dizendo que tem os direitos do Brasileiro para a TV por assinatura, firmado pelo Clube dos 13 e pela CBF, até o ano 2001.
Já a Globosat afirma que tem o mesmo direito de preferência invocado contratualmente por Globo e Bandeirantes para as transmissões abertas.
Para complicar as coisas, a Abrascef, que representa os times fora do Clube dos 13, emitiu uma nota dizendo que não permitirá o televisionamento nos estádios de seus clubes.
Vem mais confusão por aí.

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