São Paulo, domingo, 6 de abril de 1997![]() |
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Temer critica Motta e recusa convite Ministro xingou líderes governistas KENNEDY ALENCAR
Na última quarta, Motta telefonou para o presidente da Câmara para reclamar, em linguagem e tom agressivos, do adiamento da votação da reforma administrativa. "Não vou tolerar agressões ao Legislativo. Enquanto não houver uma explicação formal do governo sobre o comportamento do ministro das Comunicações, ele não participará de nenhuma reunião formal comigo", disse o peemedebista. Temer está disposto a esfriar suas relações com o Planalto por conta da agressão de Motta. Recusou ontem convite de FHC, feito pelo ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), para que retornasse a Brasília amanhã de manhã no avião presidencial. O presidente da Câmara disse ao ministro que prefere se encontrar com o presidente Fernando Henrique Cardoso às 17h30 de amanhã, em audiência marcada. Prefere dar ao encontro um tom formal. "Já fui líder aliado e tenho todo o interesse em ajudar o governo, mas não posso aceitar agressões a uma instituição como o Legislativo", afirmou Michel Temer. No telefonema a Temer na quarta-feira, Sérgio Motta já começou a conversa em tom agressivo, reclamando do adiamento da votação da reforma administrativa. Temer explicou que a decisão de não votar tinha sido tomada pelos líderes, com aval de FHC. A partir daí, Motta começou a usar palavrões. "Vou dar uma bronca em todos os líderes. São uns bostas", disse. Temer o advertiu, dizendo que isso somente atrapalharia a aprovação da reforma. Mas Motta continuou: "É chantagem com o governo. Esses deputados querem é ministério". Nesse momento, Temer afirmou: "O que você disse? Repita isso". Motta repetiu. E o presidente da Câmara explodiu: "Você faça o que você quiser". E desligou o telefone na cara do ministro. Texto Anterior: Fiesp faz crítica ao "vedetismo" Próximo Texto: MP gera atrito entre Executivo e Judiciário Índice |
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