São Paulo, domingo, 6 de abril de 1997![]() |
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Ex-empregado não arruma trabalho Ferreira aderiu a plano de demissão há 6 anos PAULO PEIXOTO
"Fui pressionado. Ou deixava a Vale com o incentivo (financeiro), ou saía depois sem incentivo nenhum. Nunca mais consegui emprego", diz Ferreira, que trabalhou 16 anos na Vale como auxiliar administrativo e depois no setor de operação de máquinas. Solteiro, ele diz que o desemprego fez com que perdesse a namorada, pondo fim aos planos de casamento. "Eu tinha intenção de casar, mas tive descontrole psicológico por causa do desemprego e o relacionamento acabou. Não gosto de falar sobre isso". Ferreira tem vivido de pequenos serviços, quando consegue. O último foi no período de agosto a novembro do ano passado, quando trabalhou para o IBGE, colhendo dados para o censo agropecuário e populacional. Com o passar dos anos, aumenta a sua descrença em conseguir uma nova ocupação. 'Tentei de tudo' "Já tentei de tudo. Estou cadastrado em balcões de emprego, mas, na medida em que o tempo passa, vou ficando mais velho e os empregos são para quem tem menos de 30 anos." Morando com a sua mãe, que recebe um salário mínimo de pensão do INSS, Ferreira se diz muito preocupado com a prestação da casa (R$ 210,00) que comprou em 90. "Não sei como fazer daqui para a frente, o dinheiro da indenização está no fim", disse ele, que teme o aumento do desemprego na cidade com a venda da Vale, o que acirraria ainda mais a disputa por um emprego na cidade. Texto Anterior: Prefeitura quer indenização Próximo Texto: Cidade tenta atrair montadora Índice |
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