São Paulo, domingo, 6 de abril de 1997
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Ex-empregado não arruma trabalho

Ferreira aderiu a plano de demissão há 6 anos

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITABIRA

Luiz Carlos de Assis Ferreira, 41, vive o drama de estar desempregado há seis anos, desde que aderiu ao plano de incentivo à demissão criado pela Vale do Rio Doce, em 1991.
"Fui pressionado. Ou deixava a Vale com o incentivo (financeiro), ou saía depois sem incentivo nenhum. Nunca mais consegui emprego", diz Ferreira, que trabalhou 16 anos na Vale como auxiliar administrativo e depois no setor de operação de máquinas.
Solteiro, ele diz que o desemprego fez com que perdesse a namorada, pondo fim aos planos de casamento.
"Eu tinha intenção de casar, mas tive descontrole psicológico por causa do desemprego e o relacionamento acabou. Não gosto de falar sobre isso".
Ferreira tem vivido de pequenos serviços, quando consegue. O último foi no período de agosto a novembro do ano passado, quando trabalhou para o IBGE, colhendo dados para o censo agropecuário e populacional. Com o passar dos anos, aumenta a sua descrença em conseguir uma nova ocupação.
'Tentei de tudo'
"Já tentei de tudo. Estou cadastrado em balcões de emprego, mas, na medida em que o tempo passa, vou ficando mais velho e os empregos são para quem tem menos de 30 anos."
Morando com a sua mãe, que recebe um salário mínimo de pensão do INSS, Ferreira se diz muito preocupado com a prestação da casa (R$ 210,00) que comprou em 90.
"Não sei como fazer daqui para a frente, o dinheiro da indenização está no fim", disse ele, que teme o aumento do desemprego na cidade com a venda da Vale, o que acirraria ainda mais a disputa por um emprego na cidade.

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