São Paulo, segunda-feira, 7 de abril de 1997 |
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Cineasta foi falso ingênuo
INÁCIO ARAUJO
É uma idéia razoavelmente enganosa. A simplicidade de Mauro não é distante da do francês Jean Renoir, digamos: ela vem da depuração desconcertante, não de algum primitivismo. Tinha perfeita noção de que o cinema não é proeza técnica, mas uma forma de investigação do mundo em que se inclui a técnica. Sua inquietação era quase sem limites. Falava tupi correntemente e foi rádioamador. Foi o pioneiro de Cataguases, esteve com Adhemar Gonzaga na aventura industrial da Cinédia, anos 30, partilhou a utopia do cinema educativo. Foi fotógrafo de "Mulher", de Octávio Gabus Mendes (1931), publicou um dicionário da língua tupi e escreveu diálogos nessa língua para "Como Era Gostoso o Meu Francês" e "Anchieta, José do Brasil". Mais: deu como presente de casamento para o colega Lima Barreto o roteiro de "Inocência", afinal filmado por Walter Lima Jr. em 1983, e construiu um pequeno estúdio em seu sítio em Volta Grande. Mauro foi criador e pensador em quase todas as áreas do cinema. Não é o perfil de um ingênuo. (IA) Texto Anterior: Eventos do centenário de Humberto Mauro Próximo Texto: Glauber Rocha tem dois filmes considerados "indeléveis" Índice |
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