São Paulo, segunda-feira, 7 de abril de 1997
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Água de balneário jorra a mais de 80°C

ISABELLE SOMMA
DA ENVIADA ESPECIAL AO CHILE

O pequeno balneário de Quitralco foi construído exclusivamente para os passageiros dos navios Skorpios.
Quitralco significa águas de fogo em mapuche, língua dos índios que habitavam o sul do país. O local é rodeado de vulcões, cujo calor esquenta os lençóis freáticos da região.
O nome não é para menos. A temperatura média da água que jorra da terra é de 80°C. Por isso, suas águas termais são resfriadas por uma máquina até atingir entre 32°C e 37°C.
O balneário tem piscinas de águas termais cobertas, descobertas, saunas, vestiários, um grande restaurante e uma bonita, porém uniforme, paisagem que pode ser admirada de um longínquo mirante.
Em frente às piscinas descobertas, uma prainha sem areia dá para o oceano Pacífico. Não há ondas, ali o mar é sereno. A água é muito fria e poucos são os bravos que se aventuram a senti-la na pele. É melhor deixá-la inteiramente para os peixes.
Pólo aquático
O Skorpios 3 atraca por volta da meia-noite. Os mais animados não esperam o dia amanhecer. Colocam seu traje de banho e mergulham nas águas cálidas das piscinas cobertas. Numa delas há dois gols de pólo aquático.
No dia seguinte, um almoço reúne, em terra, tripulantes de todos os navios e passageiros sob uma foto do escritor Gabriel Garcia Márquez, que fez o cruzeiro neste ano, ao lado do sorridente comandante Constantino.
Passado o momento diário de empanturramento, o comandante faz algumas piadas ao microfone e convida os passageiros para um passeio de bote pelos fiordes da região.
Os que ainda conseguem ficar em pé pegam seu equipamento fotográfico e de filmagem e partem nos botes do navio.
Golfinhos
Todos observam a paisagem em busca de algo que destoe, algo que se diferencie daquele monótono desfile de um único tom de verde. E aí, um pouco de sorte traz parelhas de golfinhos que, nadando ao lado dos botes, levam todos os observadores ao delírio.
Esses delfinídeos são, na verdade, toninhas, nomenclatura que, cá entre nós, não faz muita diferença naquele momento. Mas os olhos dos turistas estão mais grudados em seus suas câmeras do que nos pobres animais, que se esforçam bastante para chamar a atenção.

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