São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 1997 |
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PMs se negam a dar depoimento na CPI
FABIO SCHIVARTCHE
Eles se reservaram ao direito constitucional de falar somente à juíza Maria da Conceição Pinto Vendeiro, em interrogatório que está marcado para amanhã. A recusa em prestar informações esvaziou a sessão de ontem da CPI, que estava agendada há uma semana e foi criticada e qualificada por alguns deputados como "demagógica", nos últimos dias. Os acusados estão detidos no presídio Romão Gomes (zona norte da capital) e foram levados à Assembléia às 9h, uma hora e meia antes do início dos depoimentos. Os momentos de confusão foram gerados pela insistência de alguns advogados dos policiais acusados que tentavam se comunicar por meio de mímica com seus clientes no plenário. No terceiro depoimento, o presidente da CPI, deputado Afanasio Jazadji (PFL), se irritou e ordenou que a assistência militar da Assembléia retirasse do plenário José Bonifácio o advogado Evandro Capano, da associação dos cabos e soldados da Polícia Militar que estavam presentes. O deputado Carlos Sampaio (PSDB), presidente da CPI de Diadema, interveio em favor dos advogados, dizendo que ele deveria ter garantido seus direitos constitucionais de acompanhar os depoimentos. A sessão continuou com a presença de Capano. O primeiro policial a ser chamado para prestar depoimento, às 10h30, foi o cabo Ricardo Luiz Buzeto. Algemado, ele foi conduzido ao plenário. Já sem algemas, disse que só falaria em juízo. Sem muitas alterações no "roteiro", seguiram-se os depoimentos dos soldados Adriano Lima de Oliveira, Maurício Lourenço Gambra (conhecido como Rambo), Maurício Gomes Louzada, Demontier Carolino de Figueiredo, Nelson Soares da Silva Júnior e Rogério Neri Bonfim e Paulo Rogério Garcia Barreto, além do cabo João Batista de Queiroz e do 3º sargento Reginaldo José dos Santos, que duraram, no total, seis horas. Apenas três policiais assistiram as imagens das agressões em Diadema no vídeo colocado no plenário. A maioria optou por olhar fixamente para a platéia. O sargento Reginaldo José dos Santos chorou quando estava sentado no plenário. Texto Anterior: Leitora se queixa de lixo em terreno Próximo Texto: Briga e discussão substituem investigação Índice |
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