São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 1997
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Policiais do PR são acusados de morte

DEISE LEOBET

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Polícia Militar do Paraná apresentou ontem os dois soldados acusados de terem participado do assassinato do vigia Aloízio de Campos, 49, em 22 de março, durante um assalto ao supermercado Lembrasul, em Curitiba (PR).
Os PMs Paulo Roberto Ribeiro dos Santos e Nélson Roberto Kruger, que já tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça por causa do envolvimento em seis assaltos a estabelecimentos comerciais na região metropolitana de Curitiba, negaram os crimes.
Eles afirmaram que vão provar na Justiça que são inocentes e que pretendem processar o comandante geral da PM, Luiz Fernando de Lara, por calúnia e difamação. "No dia do assalto, eu estava em um velório", afirmou Kruger.
O tenente-coronel Aramis Serpa, comandante do 12º Batalhão da PM -ao qual pertenciam os dois PMs-, disse que existem provas "suficientes" contra os dois.
"Eles foram reconhecidos por quatro vítimas e serão expulsos da corporação", disse Serpa, afirmando que, no depoimento ao Ministério Público, eles confessaram a participação nos assaltos.
Segundo o tenente-coronel, a polícia já identificou um terceiro soldado, o PM Celso Ney Chaves, e o vizinho de Santos, Marcos Galvão, como suspeitos de integrarem a quadrilha. Os dois devem ter a prisão preventiva decretada e ainda não foram localizados pela PM.
O comando da PM informou que Chaves deveria voltar ao serviço ontem, mas não foi ao quartel. Chaves e Galvão também não foram achados em suas casas.
Segundo Serpa, Santos disse em seu depoimento à polícia e ao Ministério Público que Marcos Galvão matou o vigia do supermercado enquanto os demais aguardavam no carro. "Se ficar provado que não mataram, os outros serão enquadrados como co-autores."
A mulher de Santos, Marisa Santos Proença, teria dito em depoimento que os PMs praticaram alguns assaltos quando estavam em serviço. Os soldados têm entre 9 e 17 anos de carreira. O tenente-coronel disse que, na ficha de funcionários, a avaliação do desempenho dos três PMs era ótimo ou bom.
A PM espera apresentar, em 30 dias, o laudo do Conselho Disciplinar da corporação sobre o envolvimento dos soldados nos crimes. A Polícia Civil instaurou inquérito.

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