São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Defesa da venda da Vale custa R$ 7 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo federal está investindo R$ 7 milhões em uma campanha publicitária defendendo a privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
Os recursos estão sendo bancados pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), que coordena o processo de venda da estatal. Como no caso das outras despesas decorrentes da privatização, depois da venda da empresa os seus novos controladores terão de pagar os R$ 7 milhões para a Vale.
Os anúncios, criados pela agência Comunicação Contemporânea, que na televisão são estrelados pelo ator Raul Cortez, fazem parte de um pacote mais amplo de divulgação do BNDES, que soma R$ 18 milhões.
Esse pacote inclui uma campanha institucional sobre o próprio banco, no valor de R$ 5 milhões, a cargo da agência DPZ, e outra campanha sobre o restante do programa de privatização, de R$ 6 milhões, a ser feita pela Standard Olgyvy & Mather.
Também no caso da campanha sobre o programa de privatização, o BNDES será ressarcido pelas empresas depois da sua privatização.
As três agências foram escolhidas por meio de licitação, cujo resultado saiu em março, segundo Gustavo Mello, do departamento de relações institucionais do BNDES. O objetivo da campanha sobre a Vale, disse Mello, é tirar as dúvidas sobre a privatização e, por isso, teria sido adotado um tom didático nos anúncios.
Inicialmente, serão seis anúncios para TV, tratando cada um deles de um aspecto polêmico da venda da Vale, afirmou Armando Strozenberg, presidente da agência Contemporânea.
O primeiro anúncio para TV, que trata da questão do subsolo, com dois minutos de duração, foi veiculado pela Rede Globo em um intervalo do Jornal Nacional na quarta-feira.
Outros quatro filmes já foram gravados, tentando explicar por que a Vale está sendo vendida, como foi fixado o preço, o que será feito com reservas ainda não dimensionadas e como o governo manterá poder de veto de algumas decisões depois da privatização (por meio da chamada "golden share"). Também está pronta outra versão do filme sobre subsolo.
A campanha inclui anúncios em rádio -especialmente nos Estados onde é maior a atuação da Vale, como Minas Gerais e Pará- e também em revistas.
Cerca de R$ 4,5 milhões estão sendo gastos nessa primeira fase da campanha publicitária sobre a Vale. O restante será usado na divulgação da fase de venda pública do restante das ações.

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