São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Corretora vai levar R$ 95 mi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O consórcio que fez a avaliação e modelagem de venda da Vale, sob encomenda do BNDES, ganhará pelo menos cerca de R$ 95 milhões de pagamento com a privatização.
Isso ocorrerá se as ações da empresa de propriedade do governo forem vendidas pelo preço mínimo de leilão (R$ 26,67 por unidade). Se houver ágio sobre esse valor, a remuneração do consórcio aumenta.
A remuneração do consórcio corresponde a uma taxa de sucesso de 1,91% que ele propôs ao BNDES, gestor do programa de privatização, na licitação para a execução dos serviços.
O consórcio tem dez empresas. É liderado pela Projeta Consultoria. A Merrill Lynch é a principal articuladora internacional da venda da Vale.
Caso o governo vendesse os 51,13% que detém no capital da Vale ao preço mínimo, ele arrecadaria R$ 5,3 bilhões.
Como uma parcela de 5,11% será vendida aos empregados com desconto, esse valor cai para R$ 4,97 bilhões, caso os empregados comprem todas as ações que lhes será ofertada.
A taxa de sucesso pedida pela venda da Vale é inferior ao que foi pago, por exemplo, nas vendas da argentina YPF (Yacimientos Petroliferos Fiscales), próximo a 4%, e da mexicana Telmex, que chegou a 4,5%.
O ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira, consultor sênior da Merrill Lynch no Brasil, disse que essa taxa está dentro dos padrões internacionais recentes, que apontam para a redução das margens desse tipo de ganho.
Ontem, Moreira falou pela primeira vez desde que a Merrill Lynch atua no processo de privatização da Vale para reafirmar a defesa da corretora em relação às acusações de que ela subavaliou a estatal e que teria negócios em comum com a sul-africana Anglo American, interessada na compra da Vale.
O ministro Carlos Velloso, do STF, pediu ontem informações ao Planalto sobre o processo de privatização da Vale.
Ele é relator de um mandado de segurança contra a venda. O principal argumento da ação é que a Constituição exigiria que o Conselho de Defesa Nacional opinasse sobre a exploração de recursos naturais.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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