São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Igreja acusa polícia de assassinar preso

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O arcebispo de Goiânia (GO), dom Antônio Ribeiro de Oliveira, divulgou nota anteontem acusando a PM de ter assassinado pelo menos um dos presos mortos na rebelião ocorrida na manhã de segunda no Centro Penitenciário Agroindustrial de Goiás (Cepaigo).
Segundo a acusação, o detento Weber Rinal Freitas Rocha já estaria desarmado e dominado quando foi morto a tiros de fuzil. Além de Weber, foi morto o preso Paulo Roberto Bezerra.
Até ontem, o IML não havia concluído os laudos cadavéricos, que deverão ser divulgados na segunda. Na manhã do dia 7, Rocha, Bezerra e mais três presidiários fizeram oito reféns, iniciando um motim controlado pela polícia 50 minutos depois.
Dois policiais e uma refém foram feridos. Segundo Emerson Borges de Oliveira, 23, condenado a quatro anos e oito meses por assalto a mão armada, com a rebelião, os presos pretendiam chamar a atenção da Justiça para o pedido de revisão de suas penas.
A nota do arcebispo critica a ação da polícia, considerando-a "desmedida". "Recebi informações fidedignas de que o preso Weber Rinal Freitas Rocha foi sumariamente executado com um tiro na cabeça, após ter-se entregue, desarmado, aos policiais."
Segundo Oliveira, o preso teria sido arrastado e "jogado no meio de um círculo formado por policiais. Indefeso, foi morto com um tiro na cabeça".
O diretor do Cepaigo, coronel Vilmones Messias, diz que "não aceita pré-julgamentos".
Ele diz que o arcebispo não poderia ter declarado qualquer coisa antes de concluído o inquérito.

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