São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Enterro de sargento vira ato de desagravo à polícia no Rio

DA SUCURSAL DO RIO; FREE-LANCE PARA A FOLHA

O enterro do sargento Paulo Roberto de Andréa, 34, ontem à tarde em Sulacap (zona oeste) se transformou num ato de desagravo da Polícia Militar do Rio.
Cerca de 200 pessoas estiveram presentes, entre elas o governador Marcello Alencar, o secretário Cerqueira e o comandante da PM, coronel Dorasil Corval.
O governador disse que estava muito emocionado e que a população deveria ver no exemplo do policial morto o "lado responsável" da Polícia Militar.
O sargento morreu após ser baleado numa operação na favela São José Operário (Jacarepaguá, zona oeste). Ontem, morreu outro policial que também havia sido ferido na operação, o cabo Luís Carlos Soares da Motta, 29.
O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Marcos Paes, disse que os policiais mortos eram "bravos guerreiros", representantes da "polícia respeitada pelo nosso povo".
Segundo a PM, os policiais foram feridos em tiroteio com traficantes da favela anteontem.
Entidades de defesa dos direitos humanos foram convidadas pela Secretaria da Segurança para o enterro, mas não compareceram.
"Policial também tem direitos humanos. Queria que esses que dizem que defendem os direitos humanos comparecessem ao enterro, especialmente o alienígena Cavallaro", disse Milton da Costa, assessor do secretário de Segurança, Nilton Cerqueira.
Costa convidou para o enterro James Cavallaro, representante da Humans Rights Watch/Americas, ONG (organização não-governamental) que combate a violação dos direitos humanos.
A entidade divulgou nesta semana relatório sobre a violência policial, com críticas à política de segurança do Rio. Cavallaro não foi ao enterro.

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