São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997 |
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Professor de 1º grau precisa de reciclagem
MARCELO OLIVEIRA
A pesquisa foi feita pela Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo (USP). O estudo, coordenado pelo economista Nelson Barrizzelli, professor-superintendente da FIA, órgão de pesquisa ligado à Faculdade de Economia da USP, traça um perfil do professor municipal e foi financiado pelo colégio Dante Alighieri. O Dante, segundo Giannandrea Matarazzo, seu presidente, pretende patrocinar, sem ônus para a prefeitura, um extenso programa de reciclagem profissional do magistério, usando a verba de que dispõe para aplicar em projetos de educação. A pesquisa, que teve custo de R$ 498 mil, cobriu as 11 Delegacias Regionais de Ensino Municipais, atingindo 154 escolas em 144 bairros das cinco regiões da cidade. Foram ouvidos 400 professores da 1ª à 8ª série, selecionados por sorteio. As entrevistas, precedidas de nove meses de preparação, aconteceram entre dezembro de 96 e fevereiro de 97. Uma das principais necessidades dos professores, apontada pela pesquisa, é uma reciclagem para aprender a usar o computador no trabalho. Todos consideraram o uso da informática importante, mas 85,3% dos professores disseram não saber e não ter segurança para usar microcomputadores, apesar de 46,7% do total afirmar ter micros em casa. Apenas 5% disseram ter interesse e condições de navegar na rede mundial de computadores, a Internet. Os professores de 1ª a 4ª série demonstraram também uma forte demanda por reciclagem em língua portuguesa, por exemplo. A pesquisa mostra uma parcela significativa de professores (16,41%) que, somadas todas as suas atividades diárias (dentro ou fora da rede municipal), cumprem jornada de trabalho de 61 a 80 horas semanais. Quinze por cento dos professores, segundo a pesquisa, disseram não ter participado, num intervalo menor de três anos, de programas de reciclagem. Dentro desse grupo houve 78 citações de falta de tempo como o motivo que os impediu de participar desses programas. Perfil Segundo 220 professores entrevistados (55%), o trabalho no magistério municipal não é a única atividade remunerada exercida. Essa maioria também trabalha na rede estadual e particular. Entretanto, apesar da necessidade de trabalhar em outras redes de ensino, 70,3% do magistério municipal aponta o salário que recebe da prefeitura como sua principal fonte de recursos. Segundo a pesquisa, o motivo mais citado para a opção pela escola municipal foi o fato de ter conseguido passar no concurso. A citação "vocação" ficou em sétimo lugar. A Secretaria Municipal da Educação informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o secretário Régis de Oliveira ainda não havia recebido os resultados da pesquisa. A direção do Dante Alighieri já entrou em contato com a secretaria para mostrar os resultados da pesquisa, mas não foi agendada uma data. Texto Anterior: Grupo usa extintor e banana Próximo Texto: Com obras paradas, Pitta anuncia outras Índice |
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