São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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BNDES vai liberar R$ 8 bi em crédito para telecomunicações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de privatização do BNDES, José Pio Borges, informou ontem, após reunião do Conselho Nacional de Desestatização, que a linha aberta pelo governo para o setor de telecomunicações terá R$ 8 bilhões.
Segundo o anúncio, feito no Palácio do Planalto, o dinheiro será liberado no prazo de dois a três anos, "conforme a demanda" pelo crédito.
O valor que será ofertado pelo BNDES é 62,5% menor do que o anunciado pelo presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica), Nelson Peixoto Freire, de R$ 13 bilhões, quando o governo anunciou que o setor seria contemplado com uma linha do banco.
Segundo Borges, cerca de 60% (R$ 4,8 bilhões) do total irá para empresas brasileiras. Os outros R$ 3,2 bilhões vão beneficiar as grandes multinacionais do setor que querem entrar no país no rastro da concessão da telefonia móvel celular à iniciativa privada (banda B).
A Folha apurou que a linha será disponibilizada apenas depois que as indústrias de equipamentos tiverem firmado contrato de fornecimento com as novas empresas operadoras de telefonia celular.
As empresas terão dez anos para pagar o empréstimo, com três de carência, e juros de 2% a 3% mais a Taxa de Juros de Longo Prazo.
Setor elétrico
Pio Borges disse que a venda de Furnas Centrais Elétricas, marcada inicialmente para este ano, pode ficar para 98. Isso vai depender das conclusões a que chegar a empresa de consultoria que prepara a modelagem de Furnas.
"Se ficar decidido que haverá cisão na empresa tudo se complica e o edital só sai em 98. Do contrário, se Furnas for vendida em bloco, o edital pode sair neste ano", disse.
A Eletrosul, que será vendida inteira -excluído o sistema de transmissão- será posta à venda ainda em 97, segundo Borges.
O CND autorizou ontem a publicação do edital de escolha da consultoria que vai modelar as outras duas subsidiárias da Eletrobrás, Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e Eletronorte, no prazo máximo de duas semanas.
Sobre Furnas, Pio Borges informou que foi marcada para o dia 25 de abril a reunião do conselho de acionistas que irá aprovar a separação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, que não podem ser privatizadas.
"Já houve a aprovação da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para a parcela que o Tesouro terá de bancar na separação da energia nuclear e isso vai ser levado à assembléia."As dívidas das usinas que serão herdadas pelo Tesouro superam R$ 3 bilhões.

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