São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Dicionário é mais ensaístico

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem for às páginas do "Dicionário Crítico de Política Cultural" em busca de pílulas de conhecimento vai se frustrar.
Como se trata de um compêndio mais crítico do que didático, em lugar das definições lapidares o leitor encontrará extensos verbetes que equivalem às vezes a ensaios em torno do tema em questão.
O verbete "Avaliação", por exemplo, ocupa nada menos do que oito páginas.
Há casos de conceitos que recebem dois verbetes, escritos por autores distintos e com definições alternativas ou complementares. É o caso de "Imagem", "Leitura", "Multiculturalismo" e "Propriedade cultural", por exemplo.
"Pregnância simbólica"
Num dicionário que desce a conceitos tão específicos quanto "Imagenheiro", "Paradigma holonômico", "Pregnância simbólica" e "Psicagogia", chama a atenção a ausência de um verbete sobre jornalismo cultural.
Indagado pela Folha, o autor do dicionário, Teixeira Coelho, reconheceu a lacuna e prometeu que numa eventual reedição do livro ela será sanada, assim como outras que certamente devem existir.
Engajamento
Além de não ser propriamente didático, o dicionário também não é e nem pretende ser neutro. Seu texto tem caráter claro de interpretação e mesmo de intervenção "interessada" nos assuntos abordados. Não esconde, desde o título, seu viés crítico e até engajado.
Resta esperar que se torne leitura de cabeceira dos agentes culturais -que, a rigor, da perspectiva do dicionário, somos todos nós.
(JGC)

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