São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Senado da Itália aprova confiança a governo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo do premiê italiano, Romano Prodi, sobreviveu ontem à apreciação de um voto de confiança no Senado. A partir de hoje, começam discussões semelhantes na Câmara dos Deputados.
O voto de confiança foi convocado pelo premiê a pedido do presidente do país, Luigi Scalfaro, depois que um dos partidos da coalizão governista, a Refundação Comunista, votou contra o governo.
O governo recebeu 162 votos favoráveis contra 81. A Refundação Comunista, ao contrário de anteontem, apoiou Prodi.
A apreciação da confiança se repetirá entre os deputados. As discussões no Parlamento começam hoje. Os comunistas afirmaram que vão voltar a apoiar o governo.
Anteontem, o Parlamento aprovou o envio de tropas italianas para a Albânia. A vitória governista então só foi possível graças ao apoio do Pólo de Liberdade, grupo oposicionista de direita.
Os comunistas, que garantem a maioria do governo na Câmara dos Deputados, votaram contra o envio das tropas.
Setores no país, entre eles o partido de esquerda, temem que os albaneses ataquem os soldados italianos em represália à morte de mais de 80 refugiados no mar Adriático. Um barco albanês se chocou com uma fragata italiana e acabou por afundar. Os sobreviventes disseram que a embarcação da Itália causou a colisão.
Antes da votação no Senado, Prodi discursou pedindo unidade em torno de seu governo como único caminho para a Itália adotar a moeda única européia.
"Este não é o momento para incertezas, governos transitórios. Este é o único governo que pode colocar o país na Europa", disse.
Força multinacional
A Itália foi a maior patrocinadora de uma tropa internacional a ser enviada para a Albânia.
O país balcânico vive uma situação caótica depois que fundos de investimento conhecidos como "pirâmides" faliram e levaram milhares para a miséria.
A população pegou em armas e tomou diversas cidades. Albaneses exigem a renúncia do presidente Sali Berisha, acusado de ser conivente com os esquemas.
Além da Itália, outros sete países europeus (Espanha, França, Grécia, Áustria, Turquia, Dinamarca e Romênia) farão parte da força militar que será enviada à Albânia para garantir a distribuição de ajuda humanitária no país.
Ontem, os oito países aprovaram o plano, apresentado pela Itália, que deve comandar a tropa e participar com contingente de 2.000 a 2.500 homens.
A operação "Alba" está prevista para durar três meses, prorrogáveis por prazo igual. As tropas da força devem começar a operar na próxima semana.

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