São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997
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Senadores reagem contra o extrateto

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado reagiu ontem contra o acordo feito pelo governo com a Câmara dos Deputados para possibilitar a aprovação do extrateto de R$ 21,6 mil para parlamentares, ministros de Estado e ocupantes de cargos de comissão.
A reação começou com um duro discurso do senador Iris Rezende (PMDB-GO), que não poupou nem o presidente FHC.
"O governo, para aprovar a quebra de uma estabilidade, para aprovar redução do teto de salário neste país, precisou negociar um superteto com os parlamentares. Isso é uma vergonha. Isso é inaceitável. Estamos perdendo o juízo e até a consciência cívica ao atuar dessa maneira", disse Iris.
Acordo
Pelo acordo, seria fixado teto de R$ 10,8 mil para o funcionalismo. Mas os ocupantes dos chamados cargos transitórios terão direito de receber o dobro, pois poderão acumular uma aposentadoria no mesmo valor do teto.
Iris pediu que os deputados rejeitem o extrateto na votação da próxima semana.
O discurso de Iris encorajou os colegas. Levy Dias (PPB-MS) disse que, se a aprovação da emenda for confirmada, será conhecida como a "emenda da vergonha".
Ramez Tebet (PMDB-MS) afirmou que, nesse episódio, "a ética foi violentada em nome de um pragmatismo de resultado". Tebet fez uma "confissão": recebe pensão como ex-governador. Mas considerou "um absurdo" a exceção aberta para que políticos e ministros acumulem aposentadoria.
Para Casildo Maldaner (PMDB-SC), o acordo "pegou mal perante a nação brasileira".
Eduardo Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão, sugeriu aos telespectadores que assistiam ao debate pela TV Senado que dessem sua opinião usando o serviço "A Voz do Cidadão", oferecido pelo Senado. A ligação é gratuita. O número é 0800-61-22-11.

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