São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997
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180 homens protegem PMs

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez em dez dias, a Polícia Militar de Diadema armou uma "operação de guerra", que mobilizou cerca de 180 homens, para garantir a segurança dos policiais envolvidos no espancamento, tortura e morte de civis no município, na primeira semana de março. Toda a operação foi comandada pelo major Paulo de Tarso Diógenes.
Tanto a chegada como a saída dos réus do Fórum de Diadema foi tranquila e praticamente nenhum incidente foi registrado.
Os policiais saíram por volta das 11h do presídio Romão Gomes (zona norte da capital) em um microônibus da PM. Todos estavam algemados.
O trajeto durou cerca de uma hora, e foi acompanhado por carros de jornalistas.
Durante todo o percurso -cerca de 15 quilômetros- os réus foram escoltados por batedores da PM. Nenhum carro civil podia furar o bloqueio.
Um dos carros da PM fez quase todo o trajeto com a porta aberta, segurada por um policial armado. Por volta das 12h, o microônibus chegou ao fórum.
A rua que dá acesso à entrada ao fórum foi interditada pela polícia com cordões de isolamento e carros da PM.
Somente moradores, comerciantes, funcionários do fórum e jornalistas podiam passar pelo bloqueio.
Na chegada dos réus, segundo a PM, havia cerca de 50 pessoas no local. Apenas dois moradores xingaram os PMs. Nenhum dos dois quis se identificar à Folha.
Controle
A entrada no fórum era controlada por seis PMs e chefiada por um tenente.
Apenas funcionários do fórum, advogados e jornalistas podiam entrar, após identificação.
Durante o interrogatório, a rua ficou praticamente vazia. A maioria dos moradores voltou para suas casas e assistiu o caso pela TV.
Funcionários do fórum também passaram a maior parte da tarde diante de aparelhos de TV.
A entrada na sala do júri também era controlada por dois funcionários. Todos que entravam tinham o nome anotado.
No final da tarde, o Fórum da Juventude de Diadema fez um ato simbólico contra a violência em frente ao fórum.
O ato foi acompanhado por seis policiais e foi aplaudido por moradores.
"Os jovens são contra a violência", dizia a única faixa carregada por dois manifestantes.

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