São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997
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Rebelados libertam mais 1 refém na BA

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA

No início da noite de ontem, os presos rebelados desde o último sábado em um presídio de Vitória da Conquista (BA), no sul do Estado, libertaram o terceiro refém, o pastor da Igreja Metodista Elder Giovanne, 30. Os amotinados têm ainda seis reféns em seu poder, incluindo uma mulher.
Menos de uma hora após a libertação do pastor Élder Giovanne, o terceiro refém a ser solto, a PM da Bahia apresentou ontem à noite sua proposta para acabar com a rebelião iniciada há oito dias.
A proposta prevê a entrega de uma camionete com capacidade para 16 pessoas aos rebelados e R$ 2.000. Pela proposta, os amotinados escolheriam um refém para servir de escudo durante a fuga.
Os outros seis reféns teriam de ser libertados imediatamente, segundo a proposta da Polícia Militar baiana.
Nos primeiros dias das negociações, os detentos pediam quatro carros, dez revólveres, duas escopetas, R$ 24 mil e duas caixas de bala para a fuga.
O delegado Waldir Barbosa, que está coordenando as negociações, disse que não aceita ceder armas aos detentos.
Ontem houve seis horas de discussão entre os líderes da rebelião antes de rejeitarem a proposta que o governo baiano havia feito para tentar acabar com o motim.
Apresentada pelo delegado Waldir Barbosa, a proposta previa a libertação imediata dos detentos Cleide Germano Moraes, casada com Idalmir dos Santos, e Vitório Xavier, tio de Santos -que respondem a processos por assalto a bancos e a carros-fortse- e liberdade condicional para o detento José Robson.
Ainda segundo a proposta, três dos detentos seriam transferidos para São Paulo e outro para Fortaleza. Os demais participantes da rebelião ficariam presos na Bahia.
A Justiça baiana também se comprometeu a não considerar como crime a participação na rebelião. "Sairemos daqui vivos ou mortos, mas não aceitamos esta proposta do governo", disse Idalmir dos Santos, um dos líderes.
Após as negociações frustradas, o delegado Waldir Barbosa admitiu pela primeira vez a possibilidade de invadir o presídio para libertar os reféns.
"As operações táticas não estão descartadas e a invasão é uma delas."
Na madrugada de ontem, os detentos reagiram à pressão psicológica adotada pela Polícia Militar -explosão de bombas de efeito moral e sirenes ligadas a cada meia hora.
Um refém foi obrigado a ficar sentado durante toda a madrugada sobre um botijão de gás, colocado na entrada principal do presídio. Com medo de uma explosão, a PM suspendeu as bombas.

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