São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997
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Cosipa e estivadores não fecham acordo

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A reabertura das negociações entre Cosipa e estivadores não foi suficiente para superar o impasse criado há dez dias pela ocupação de dois navios no terminal da empresa no porto de Santos.
Os trabalhadores ocuparam os navios Marcos Dias e Vancouver no último dia 2 porque não aceitam a decisão da Cosipa de usar pessoal próprio para movimentar cargas em vez de recorrer à mão-de-obra dos estivadores.
O presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Abelardo Fernandes, disse que houve avanços nas conversações, mas que a Cosipa não abre mão de operar os dois navios com funcionários próprios durante a negociação.
Os sindicalistas aceitam sair dos navios durante as negociações, desde que as embarcações não sejam operadas pela Cosipa.
A reunião, iniciada na manhã de ontem, terminou no final da tarde. Houve consenso em relação à criação de comissões e de um prazo de duração das negociações.
Participaram da reunião os presidentes do Sindicato dos Estivadores, Joaquim Quincas da Silva, da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, da Cosipa, Marcus Tambasco, e da Companhia Paulista de Desenvolvimento, Aldo Narcisi, um dos principais acionistas da Cosipa.
Polícia Federal
Na tarde de ontem, a Polícia Federal recebeu notificação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), de São Paulo, determinando a desocupação dos navios.
A ordem foi dada pela juíza Maria Aparecida Pellegrina, do TRT, que acatou pedido dos advogados da Cosipa.
O diretor da Polícia Federal em Santos, delegado Ariovaldo Peixoto dos Anjos, disse que cumprirá a determinação judicial de retirar os 24 trabalhadores que ocupam os dois navios, mas antes adotará "determinadas cautelas".
"Não acredito que a polícia entre em ação. Seria uma medida burra. Os sindicatos estão querendo negociar", disse Vicentinho após a reunião.
A Federação Nacional dos Estivadores decidiu que convocará greve nacional da categoria se os trabalhadores vierem a ser retirados dos navios ou se algum navio atracar no terminal para operar com pessoal da Cosipa.
O juiz Mário Roberto Negreiros Velloso, da 2ª Vara do Fórum de Cubatão (SP), indeferiu pedido dos sindicatos de revogação parcial da liminar que concedeu à Cosipa para desocupação dos navios.

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