São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997 |
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Back volta à boa forma com 'Zweig'
INÁCIO ARAUJO
Zweig é o escritor judeu de origem austríaca que veio morar no Brasil no início da guerra, publicou o livro "Brasil, País do Futuro", suicidou-se em 1942. "A Morte em Cena" trata, substancialmente, de três questões: 1) o livro teria sido uma espécie de pagamento ao governo Vargas pelo seu visto de permanência?; 2) qual sua postura em face do sionismo?; 3) quais as causas de seu suicídio? O filme pode apresentar problemas para dois tipos de espectadores: os que desconhecem Zweig e os que o conhecem demais. Os primeiros podem não se situar na história; os últimos, achar que o filme não se aprofunda no assunto. Para os demais, o interesse é grande. Aqui, Back volta ao tipo de documentário que exercitou até o começo dos anos 90. "A Morte em Cena" coloca frente a frente diversas pessoas que tiveram relações pessoais com o escritor ou estudaram sua vida e obra e, em vez de buscar uma verdade definitiva, deixa que as várias versões se exponham, respirem, ganhem vida, confrontem-se. Essa forma documental foi muito criticada como "não ser cinematográfica", por privilegiar a palavra em detrimento da imagem. É uma crítica difícil de contestar, tal sua inconsistência. "A Morte em Cena" não é um filme completo. É um projeto em andamento. Mas nele o cinema está a serviço do assunto que trata -e não o inverso-, é crítico, suscita questões, rastreia o episódio histórico. Resumindo: Back parece ter superado as malogradas experiências de "documentário visual" iniciadas com "Rádio Auriverde". Filme: Zweig - A Morte em Cena Produção: Brasil, 1995 Direção: Sylvio Back Quando: hoje, às 18h, no Centro Cultural São Paulo Texto Anterior: Programação de hoje Próximo Texto: Santos surge com graça Índice |
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