São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997 |
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Santos surge com graça
JOSÉ GERALDO COUTO
A estrutura adotada é a de um falso documentário (embora os fatos sejam essencialmente "verdadeiros") sobre a história da cidade. O filme começa com o nascimento, hoje, de um bebê, e busca retrospectivamente sua genealogia, que remete ao fundador de Santos, Brás Cubas, e se tece depois com um sem-número de cruzamentos com índios, negros e imigrantes europeus. Algumas sacadas são brilhantes. A principal delas é forjar imagens "documentais" do período colonial, mostrando em cada uma delas o representante de uma geração de santistas (sempre interpretado por Ney Latorraca). Colocam-se no mesmo plano essas imagens encenadas e as imagens de arquivo (de cinejornais e documentários reais). Com isso, cria-se um tecido ambíguo, em que verdade e mentira têm a mesma espessura. O humor amarra o todo sem deixar pontas. Há passagens de gosto discutível, como a aula de tortura ministrada por um militar (interpretado também por Ney Latorraca) em tom sarcástico, mas nada que comprometa o conjunto do filme, que é, ao mesmo tempo, informativo, crítico e divertido. Filme: Brevíssima História das Gentes de Santos Direção: André Klotzel Quando: hoje, às 20h, e amanhã, às 16h Onde: Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000) Texto Anterior: Back volta à boa forma com 'Zweig' Próximo Texto: Cineasta francês afirma que documentário não ensina nada Índice |
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