São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997
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Abstenção justificada; Esclarecimento; Generalização injusta; Extrateto; Liberdade de opinião; Boca no trombone; Reforma perversa

Abstenção justificada
"Sobre a reportagem 'PMDB lidera dissidências entre os partidos aliados do governo (11/4): considero absolutamente necessária a execução de uma reforma administrativa.
Tanto eu quanto os demais signatários do documento do PMDB somos favoráveis à modernização da administração, por meio de uma reforma administrativa no contexto de uma reforma do Estado, que é necessária.
Abstive-me de votar por três razões básicas: 1) discordo frontalmente da inclusão no pacote da reforma administrativa da possibilidade de acúmulos salariais aos parlamentares, ministros e outros membros do Executivo;
2) a reforma administrativa não foi discutida com possibilidade de modificação pela bancada do PMDB. Desejávamos o adiamento da votação para podermos participar de seu aprimoramento;
3) durante o processo de votação propus ao presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer, que fossem suspensos os trabalhos por 30 minutos para que a bancada do PMDB pudesse apresentar suas sugestões ao relator. Infelizmente, o líder do governo não aceitou a interrupção."
José Aristodemo Pinotti, deputado federal pelo PMDB-SP (São Paulo, SP)

Esclarecimento
"Sobre a reportagem "Comando sabia da fita, diz corregedor" (2/4), sobre o caso de Diadema, informo que: afirmei que o Comando da PM no ABCD tomou conhecimento da existência da fita, como está corretamente transcrito na citação entre aspas.
No entanto, quando o texto fala que "o comando da polícia sabia da existência da fita", isso pode ser entendido como "o comandante-geral da Polícia Militar sabia da existência da fita", o que não corresponde às minhas declarações."
Paulo Miranda de Castro, coronel PM (São Paulo, SP)

Generalização injusta
"A filmagem do recente e triste episódio em Diadema retrata a violência policial indiscriminada contra cidadãos comuns.
Lamentavelmente, somente fatos execráveis como esse merecem as manchetes da imprensa e a atenção da opinião pública. Não são relatadas as boas ações, as prisões efetivadas, os crimes solucionados.
Os bons policiais permanecem anônimos. São os que acreditam nos ideais primeiros de sua profissão, que respeitam o cidadão e o juramento que prestaram, que permanecem dignos e honestos.
Devem ser punidos sim, e de forma rigorosa, os policiais responsáveis pela tortura e crime na favela Naval, e também outros tantos maus policiais.
Mas não podemos e não devemos generalizar fatos isolados, estendendo-os indevidamente a todos os servidores públicos. Devemos nos lembrar que eles ainda existem, os bons policiais, prestadores de relevantes serviços, fiéis guardiões de nossa segurança.
São eles que tornam a Polícia Militar uma das mais eficientes de nosso país."
José Izar, líder do PFL na Câmara de São Paulo (São Paulo, SP)
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"Com a mesma indignação com que todas as pessoas de bem reagiram à lamentável atuação de maus policiais em Diadema, também deveríamos reagir ao massacre da Globo, que de forma absolutamente tendenciosa vem submetendo todos os espectadores a uma verdadeira lavagem cerebral.
Da mesma forma que inventou um presidente da República e introduziu a pornografia e a violência nos lares brasileiros, por meio de suas novelas e seriados, agora se volta contra aquela que restava como a mais séria das instituições do Estado.
O que há por trás disso tudo?"
Nilton Divino D'Addio, coronel PM (São Paulo, SP)
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"O perfil do PM é um só em qualquer lugar: mal-educado, maltreinado, vingativo."
Clayton Furlan de Oliveira (Santos, SP)

Extrateto
"Com o teto de R$ 21,6 mil desaba a moral do Congresso, levando junto consigo a vergonha do governo federal.
Nada mais há a dizer."
Luiz Geremias (Rio de Janeiro, RJ)
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"É impressionante a incoerência do nosso Congresso. Enquanto afirmam que o salário de R$ 112 é suficiente para o povo não se contentam com o próprio salário de R$ 10,8 mil."
Marcos Paulo Bossetto Nanci (Taubaté, SP)
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"É lamentável que o presidente FHC não tenha conseguido junto ao Congresso Nacional aprovar a reforma administrativa com o enorme salário de R$ 10,8 mil para todos os brasileiros. Os 'representantes do povo' legislaram em causa própria."
Genovêncio Mattos Neto (Florianópolis, SC)

Liberdade de opinião
"Admira-me a reação do sr. Roberto Campos sobre a manifestação dos provinciais da Companhia de Jesus sobre o neoliberalismo e suas nefastas consequências.
O sr. Campos poderia ao menos aceitar que existem receitas e opiniões contrárias às dele, e que felizmente vivemos num país em que hoje elas podem ser abertamente discutidas e divulgadas."
Rachel Biderman Furriela (São Paulo, SP)

Boca no trombone
"O povo brasileiro precisa começar a botar a boca no trombone e exigir que pequenos grupos de pessoas não recebam privilégios descabidos.
A maioria dos cidadãos aceita com muita tranquilidade ser desrespeitada, escorchada, discriminada."
Norberto Assis Barbosa (Jundiaí, SP)

Reforma perversa
"A reforma da Previdência que aí está é iníqua, se não perversa. É lídima extrema-unção dos assalariados. Aumenta a idade e o tempo para aposentadoria. Saqueia os contribuintes dos fundos de pensão estatais.
Impõe 'opção' cerebrina, covarde. Ou pagaremos maior contribuição ou receberemos aposentadoria menor. E o pior é que não se ouvem as partes interessadas.
Pontue-se que não somos contra as mudanças de que tanto o país necessita. Mas não com maior massacre das classes trabalhadoras."
José Custódio Cordeiro Neto (Fortaleza, CE)

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