São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997 |
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Presos se rendem e soltam reféns na BA
LUIZ FRANCISCO
Os outros dois -José Robson dos Santos Porto e Vitório Xavier dos Santos- tiveram suas prisões revogadas pela Justiça baiana. As negociações que levaram à rendição recomeçaram na manhã de ontem. O delegado especial, Waldir Barbosa, apresentou aos líderes do movimento um carro para ser usado numa eventual fuga. Ao mesmo tempo em que o carro estacionou no pátio do presídio, um helicóptero do Centro de Operações Especiais da PM, com quatro atiradores de elite, sobrevoou o local durante 15 minutos. Em intervalos regulares, o delegado Waldir Barbosa também levou Cleide Germano, mulher de Idalmir dos Santos, para tentar convencer o marido a se entregar. Mas os amotinados somente decidiram se render após o deputado federal Jacques Wagner (PT-BA) apresentar uma proposta: uma vez por mês durante um ano, um representante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados irá visitar os presídios para onde os detentos foram transferidos e acompanhar a situação jurídica de cada um. Depois de quase uma hora de discussão, os líderes do movimento decidiram aceitar a sugestão. A Justiça baiana também se comprometeu a não considerar como crime a ação dos rebelados. Os dois primeiros detentos a deixar o presídio foram José Robson Santos Porto e Vitório Xavier. Condenado a três anos de prisão por tráfico de drogas, José Robson deixou o local após 2 anos, 11 meses e 22 dias. "A partir de agora, a minha vida vai mudar e só estou pensando em trabalhar e rever meus parentes", disse Robson. A libertação dos reféns foi marcada por muita confusão. Cerca de 3.000 pessoas se aglomeraram na entrada principal do presídio, dificultando o trabalho dos policiais. "Esses foram os dias mais difíceis de minha vida", disse Gileno Ribeiro Vieira, um dos reféns. O motim no presídio Nilton Gonçalves começou no último sábado, durante a realização de um culto evangélico. Os amotinados tomaram nove reféns, entre funcionários do presídio e pastores. Inicialmente, os amotinados exigiam quatro carros para fugir, dois revólveres, duas escopetas, dez lençóis e duas caixas de balas. Texto Anterior: Fila irrita parentes no presídio de PMs Próximo Texto: Ossada no jardim leva mulher à prisão Índice |
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