São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Cidade teria sido o porto seguro

MARISTELA DO VALLE
DA ENVIADA ESPECIAL

Seu Vandinho tem 85 anos e nasceu em Cabrália. Trabalhou como prático (condutor de embarcações) por mais de 20 anos e garante que, levando em conta a carta marítima da região, o único local em que Cabral poderia ter aportado com sua nau é a baía de Cabrália.
"Quando os portugueses chegaram, disseram que estavam em um porto seguro, não que estavam em Porto Seguro. É em Cabrália o berço da nacionalidade brasileira."
Ele defende os índios aimorés, normalmente considerados ferozes. "No começo, os aimorés eram bons. Só começaram a atacar depois que se sentiram ameaçados."
Antes de ser explorada turisticamente, Cabrália vivia da piaçava, do coco e da madeira.
"Tudo mudou para nós. Os turistas não me incomodam, mas naquela época as pessoas eram mais confiáveis." Ele explica o porquê dessa idéia: "Outro dia, um traficante matou um dentista que construía uma casa na cidade, fugiu e nunca mais foi encontrado. A maconha veio com os turistas".
Seu Vandinho também se lembra das festas de Cabrália, como o Carnaval e a Marujada, uma encenação com cantos e a participação de cerca de 30 pessoas.
(MV)

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