São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997![]() |
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Cabrália quer fama e dinheiro do vizinho
MARISTELA DO VALLE
"Geralmente, os participantes dos pacotes para Porto Seguro fazem passeios por Cabrália e não sabem onde estão", reclama a secretária do Turismo do município, Nalu Miranda. Segundo ela, revistas e emissoras de TV também costumam mostrar as lindas praias da região e apresentá-las como pertencentes a Porto Seguro. "Cerca de 1.500 turistas passam por Cabrália todos os dias, mas o dinheiro fica todo em Porto Seguro", diz a secretária. Ela considera que Cabrália tem potencial para vários tipos de turismo: ecológico, histórico, cultural, náutico e de pesca esportiva. A secretária diz que pretende desenvolver cada uma dessas áreas. A estação Vera Cruz, área pertencente ao grupo Odebrecht, tem 80% de sua superfície em Cabrália, de acordo com a secretária. Por possuir espécies vegetais e animais em extinção, o lugar pode se prestar ao turismo ecológico. Cenário histórico Considerado oficialmente como o local em que Pedro Álvares Cabral desembarcou, o município tem construções muito antigas. Elas são cercadas por guias mirins, que nem sempre estão preparados para explicar suas histórias e por isso dão algumas explicações distorcidas. O guia que atende pelo apelido de Sammy Davis Jr., 16, explica por que isso acontece: "Eles ficam do nosso lado enquanto trabalhamos, não entendem as histórias e depois falam coisas erradas aos turistas". Davis afirma que já fez dois cursos na prefeitura, em gestões diferentes, e conta que não usa o crachá que recebeu ao concluir o curso porque os outros guias, não qualificados, o rasgariam. Para resolver esses problemas, a secretária quer cadastrar os guias existentes e oferecer-lhes cursos. Outro ramo a ser explorado pela secretaria é o cultural. "A cidade tem artistas muito bons", diz Miranda, que pretende implantar um projeto parecido com o Pelourinho Dia e Noite, existente em Salvador, com shows e exposições. A secretária também considera que a cidade tem um grande potencial náutico. "A baía de Cabrália pode receber barcos de diversos calados (altura da parte submersa). Tentaremos criar infra-estrutura para incluir a cidade no circuito de regatas e competições." Para efetivar todos esses planos, a secretária pretende antes qualificar a mão-de-obra local para que ela tenha condições de recepcionar os turistas. "Temos um convênio com o Senai e pretendemos capacitar 600 pessoas até o final do ano." Segundo ela, desse total, 250 estão diretamente ligadas ao turismo. Texto Anterior: Primeiro nome do Brasil derivou da fé Próximo Texto: Cidade teria sido o porto seguro Índice |
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