São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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Remédio beneficia problemas da próstata

AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA ORLEANS

Pelo menos 40% dos homens com crescimento benigno da próstata podem se beneficiar de alguma forma com o uso de medica mentos. O adequado emprego do remédio, suas vantagens e desvantagens, vem sendo tema de dezenas de trabalhos apresentados no 92º encontro anual da Sociedade Americana de Urologia, que acontece em Nova Orleans (EUA).
Embora a cirurgia ainda seja o único caminho para os casos mais graves, as atenções estão voltadas para uma solução farmacológica.
A hiperplasia benigna da próstata -ou HPB, sigla universal-afeta entre 50% e 60% dos homensacima de 60 anos. Estima-se que no ano 2000 haja mais de 600 milhões de homens e mulheres nesta faixa de idade.
Isso significa que cerca de 150 milhões de homens terão o tamanho de sua próstata aumentada. Mais da metade sofrerá sintomas como gotejamento final, retenção urinária e urgência para urinar.
Com o envelhecimento da população e aumento da longevidade, esse 'mercado' tende a crescer ainda mais. Por conta dos medicamentos, o número de cirurgias de HPB por ano, nos EUA, caiu de 460 mil para cerca de um terço entre 1989 e 1995.
Mas uma pesquisa divulgada no congresso de Nova Orleans mostrou que pacientes que se submetem a cirurgia no início da doença apresentam muito menos sinto mas que aqueles que nada fizeram. O estudo, conduzido por Robert Flanigan, do centro médico da Universidade de Loyola (em Maywood, EUA), acompanhou por cinco anos 556 homens com HPB.
Muitos especialistas presentes no congresso -considerado o maior do mundo na especialidade com 10 mil participantes, 400 deles do Brasil- recomendam que a escolha entre cirurgia e medicação seja feita de comum acordo entre médico e paciente.
O Consenso Nacional sobre HPB, definido no ano passado em Campos Jordão, sugere que a medicação seja prescrita para pacientes com sintomas leves e moderados, lembra Irineu Rubinstein, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Quanto ao remédio a ser usado, pesquisas apresentadas no ano passado e neste ano mostram diferentes benefícios para os dois grupos de drogas. Os alfabloqueadores -que atuam relaxando a musculatura e reduzindo a pressão da próstata sobre a uretra- diminuem os sintomas em qualquer tamanho de próstata.
A finasterida age inibindo a enzima que transforma a testosterona no hormônio que faz a próstata crescer.
É indicada para próstatas maiores, acima de 40 gramas, reduzindo seu volume em até 20%, aliviando sintomas e reduzindo riscos de retenção urinária aguda.

ratório Merck, Sharp & Dohme

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