São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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Déficit em transações correntes dobra

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O déficit das contas externas do país, calculado pelo critério de transações correntes, dobrou no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 96, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central.
No primeiro trimestre, o déficit atingiu US$ 6,836 bilhões. No mesmo período de 96, foi de US$ 3,430 bilhões (aumento de 99,3%).
O déficit em transações correntes constitui o principal sinalizador das contas externas do país.
Esse critério mede a dependência em relação ao capital externo.
Trata-se da soma dos resultados da balança comercial, da conta de serviços (juros, lucros, dividendos, viagens internacionais, fretes etc.) e das transferências unilaterais (dinheiro que deixa o país sem ligação com atividade econômica).
Neste ano, as reservas em dólar do BC já perderam US$ 1,130 bilhão -caíram de US$ 60,110 bilhões em dezembro de 96 para US$ 58,980 bilhões em março.
Quanto maior for a saída de divisas por meio dessas operações, maior a dependência do país em relação ao capital estrangeiro.
Por capital externo, entenda-se os recursos que são aplicados no país com objetivo de obter lucro, por meio de empréstimos, investimentos em empresas ou no mercado financeiro.
Ou seja: quando tem déficit corrente, o país precisa atrair investimentos para não perder dólares. Como investimentos são incertos e podem migrar a qualquer momento, o país dependente deles corre riscos maiores, em tese, de crise cambial (escassez de divisas).
Os investimentos em Bolsas de Valores apresentaram crescimento de 33%, subindo de US$ 5,942 bilhões para US$ 7,915 bilhões.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, essa expansão foi influenciada pela perspectiva de privatização da telefonia celular e da Companhia Vale do Rio Doce, além da queda dos juros no mercado interno.
Mesmo com o aumento do déficit em conta corrente, Lopes disse que a estabilidade econômica está permitindo a redução dos custos de captação dos recursos externos, ao lado do aumento dos prazos. O prazo de captação passou de 6,6 anos para 8,1 anos.

LEIA MAIS sobre contas externas na pág. 2-10

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