São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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Rocca deixa o Mappin e vai para o Finasa

Banco quer atuar em fusões

MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Carlos Antonio Rocca está deixando a direção do Mappin para assumir a presidência do Banco Finasa de Investimentos, do banqueiro Gastão Eduardo Bueno Vidigal.
A saída de Rocca ocorre oito meses após a mudança do controle do Mappin, vendido pela empresária Cosette Alves ao investidor Ricardo Mansur, em agosto de 96.
Com a saída de Rocca, Ricardo Mansur deverá assumir a presidência do conselho de administração do Mappin.
Ao contratar Rocca, o Banco Mercantil de São Paulo -controlador do Banco Finasa de Investimentos- pretende reforçar sua atuação na área de fusões e adotar um perfil mais agressivo. Esses dois objetivos foram anunciados pelo grupo no final do ano passado.
Rocca está há 22 anos no Mappin. Ex-secretário da Fazenda de São Paulo, no governo Laudo Natel, foi contratado em 1976 pelo advogado Alberto Alves, marido de Cosette e o então controlador da rede. Sua primeira função foi chefiar o departamento de controle.
Em 1982, com a morte de Alves, Rocca passou a ocupar o principal cargo do Mappin, assumindo a presidência do conselho de administração da Casa Anglo Brasileira -controladora do grupo.
A substituição de Rocca por Mansur deverá ser oficializada no próximo dia 30, data da primeira assembléia ordinária do Mappin depois da venda do controle.
Mansur, um empresário ousado e polêmico, é também dono do banco Crefisul e das companhias Vigor e Leco, do setor de laticínios.
Mudança avisada
Rocca disse à Folha que sua saída já havia sido acertada com Mansur desde a mudança do controle.
"Na época, Mansur me consultou a respeito de minha permanência no Mappin. Comuniquei-lhe que já tinha um compromisso com Vidigal e que iria metransferir para o Banco Finasa. Combinamos que eu ficaria no cargo até a primeira assembléia de acionistas da companhia, que ocorre no final de abril", disse ele.
A saída de Carlos Antonio Rocca coincide com o final do processo de ajuste financeiro do Mappin, que começou em 1995 e culminou com o lançamento de R$ 100 milhões em debêntures, em 97.
O ajuste financeiro resulta de sucessivos prejuízos do Mappin na primeira metade da década de 80.
Segundo alguns especialistas, esses prejuízos teriam sido causados por uma crise mundial do setor de varejo e, para alguns, pela opção da rede por manter um ritmo acentuado de crescimento num momento adverso.
Quando Rocca assumiu o controle de administração do Mappin, a rede tinha três lojas e 23 mil m2 em áreas de venda. Hoje, tem 16 lojas e 100 mil m2 em lojas. É a maior rede de lojas de departamentos do país.
No ano passado, o Mappin tentou mudar seu perfil, contratando Pacífico Paoli, ex-diretor-superintendente da Fiat. Paoli deixou o Mappin um mês depois da compra do controle por Mansur.

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