São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
Texto Anterior | Índice

Seleção teve início com carta

FÁBIO VICTOR
DO ENVIADO A BRASÍLIA

O Dom Pedro foi fundado em 1994 por um grupo de bombeiros de Brasília que queria ultrapassar os limites dos quartéis, usando como instrumento o futebol.
O nome é uma homenagem ao imperador que criou e é patrono do Corpo de Bombeiros no Brasil.
"Queremos mostrar para a sociedade a versatilidade do bombeiro militar", explica o tenente-coronel Pimentel.
Como amador, o time foi campeão invicto da Liga Amadora de Brasília, em 95.
A estréia profissional, no Campeonato Brasiliense do ano passado, foi acima das expectativas.
Disputando com 13 clubes, classificou-se para o octogonal final do torneio, terminando em oitavo.
Para este ano, o Dom Pedro tem ambições maiores. "Queremos a taça", diz o treinador da equipe, major Roberto Mauro.
Para isso, os diretores agiram com ousadia, a começar pela seleção do grupo. Uma carta convocatória foi enviada a todos os 7.000 bombeiros do Distrito Federal.
Cinquenta "elementos" (como o técnico chama os jogadores) se apresentaram para teste, e 28 foram selecionados. A comissão técnica foi totalmente renovada.
Todo o esforço vem apresentando, até aqui, resultados tímidos.
O time disputou seis partidas pelo Brasiliense. Perdeu três, venceu duas e empatou uma. Marcou sete gols e sofreu oito. Está em sexto lugar no torneio.
Os artilheiros são os atacantes Júnior e Toni, com dois gols cada.
"Falta maturidade aos jogadores. Temos que melhorar muito ainda, mas continuamos brigando pelo título", insiste o treinador.
O grupo é formado por jogadores com idade média de 27 anos. Não há oficiais -são 24 soldados, três cabos e um sargento.
Nos jogos, o time tem o apoio de uma torcida organizada, a "Essa torcida é fogo", composta por familiares e amigos dos jogadores e de outros integrantes do corpo de bombeiros.
Voluntários
O Dom Pedro é sustentado por um "pool" de três sociedades civis formadas por militares: o Clube dos Oficiais, o Clube dos Sargentos e o Clube dos Cabos e Soldados. Juntos, injetam de R$ 2.000 a R$ 4.000 na equipe.
Além disso, um "voluntariado" da corporação, que hoje contabiliza cerca de 400 bombeiros, contribui mensalmente com uma taxa de R$ 2,00.
(FV)

Texto Anterior: Artilheiro diz preferir futebol
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.