São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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CPI estuda bloqueio de bens de Solano e de outros empresários

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Precatórios decidiu ontem convocar novamente Fausto Solano Pereira, dono da distribuidora Boa Safra. Os senadores da CPI também estudam formas de bloquear os bens de Pereira e de envolvidos no esquema dos títulos que são donos ou administram empresas não financeiras.
Pereira será submetido a acareação com o dono da distribuidora Split, Enrico Picciotto, e o dono da IBF Factoring, Ibraim Borges Filho. Também participarão dois office boys da Split, que disseram à Polícia Federal que os cheques emitidos pela IBF eram assinados na empresa de Picciotto.
Em fevereiro, a CPI descobriu que um cheque de R$ 9,75 milhões, da IBF Factoring, foi depositado em uma conta de Solano.
Em março, o empresário disse em depoimento que nada tem com o esquema dos títulos e que o cheque foi depositado por um doleiro identificado apenas como Renê.
Receita
A Receita Federal acha que o doleiro referido por Solano mora em Miami e se chama Renê Bushel Gióia Júnior. "Não acredito no Renê de Miami. Aquele cheque (de R$ 9,75 milhões) não foi batido pelo Renê. Foi datilografado pela Split, que é a dona da IBF", disse o relator da CPI, Roberto Requião (PMDB-PR).
A CPI recebeu denúncia de que Solano já estaria vendendo bens para escapar de uma eventual ação judicial para ressarcir o Estado por supostos prejuízos.
Mesmo antes de depor na comissão, o empresário teria colocado seu helicóptero à venda em hangar da empresa de táxi aéreo Líder, no aeroporto de Congonhas (SP).
"Ainda não sabemos qual será o caminho para bloquear os bens, mas essa providência é fundamental para o caso de essas pessoas terem que ressarcir o Estado", disse o senador Romeu Tuma (PFL-SP).

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