São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Governo investirá R$ 215 mi em assentamentos do país

Dinheiro vai beneficiar 400 unidades de um total de 1.636

PATRICIA ZORZAN
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O governo federal vai investir R$ 215 milhões em um projeto de melhoria de infra-estrutura em assentamentos espalhados pelo Brasil.
Os recursos beneficiarão 400 assentamentos, 24,44% dos 1.636 existentes em todo o do país.
A verba, que faz parte do orçamento do Ministério da Política Fundiária, favorecerá cerca de 50 mil famílias, segundo cálculos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
A fase piloto do projeto, batizado de "Roda-Viva", engloba quatro assentamentos em diferentes Estados: Pernambuco, Rondônia, Mato Grosso e Maranhão.
O levantamento das deficiências de cada localidade foi feito por uma comissão interministerial que visitou os assentamentos durante dez dias.
Outros ministérios
Além do Ministério da Política Fundiária, Saúde, Educação e Transportes também participam do projeto.
"Nosso objetivo é que a equipe venha com uma mesma visão da reforma agrária. Queremos aprender a trabalhar juntos", disse o diretor de assentamento do Incra, Aécio Gomes de Matos.
Estimativas otimistas do órgão esperam promover melhorias em até 600 assentamentos somente neste ano.
"Vamos contar com recursos. Os outros ministérios se comprometeram a ajudar. Só o da Educação contribuirá com R$ 15 milhões. O da Saúde também vai ajudar. O projeto bem que poderia se chamar Roda Chapéu", declarou Matos.
Segundo ele, parte do dinheiro necessário para a expansão do projeto também poderá ser obtida junto ao Ministério do Planejamento, que reserva verbas para programas especiais nas áreas da saúde e educação.
A comissão, que retornou ontem a Brasília, apresentará suas conclusões ao Incra nos próximos dias. De acordo com Matos, a partir daí o projeto será executado "imediatamente".
Farinha
O diretor de assentamento do Incra deve viajar hoje para São Paulo para avaliar dados sobre pedido de financiamento feito pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para a compra de uma fábrica de derivados de farinha.
A não-liberação da verba, de R$ 2,5 milhões, já levou os sem-terra a invadir a sede do Incra em São Paulo, no começo do ano.

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