São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Alto comando da PM define futuro hoje

CRISPIM ALVES; FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O alto comando da Polícia Militar se reúne durante o dia de hoje para discutir, principalmente, o desenrolar do caso de Diadema e o futuro da corporação.
O coronel Claudionor Lisboa, comandante-geral da PM, negou ontem à noite que o encontro tenha sido convocado às pressas. "É uma reunião rotineira. Acontece uma vez por mês."
Lisboa, que preferiu não se manifestar a respeito dos depoimentos dos coronéis Carlos Alberto da Costa e Coji Yanaguita à CPI de Diadema, não quis adiantar o que poderá ser decidido no encontro, mas é quase certo que mudanças devem acontecer.
Durante seu depoimento, Costa afirmou que não levou o fato (a existência da fita) ao conhecimento de Lisboa porque Yanaguita não lhe disse que se tratava de uma ocorrência grave. "Isso (a fita) chegou a mim como uma notícia entre outras tantas." Os dois, no entanto, afirmaram que desconheciam o conteúdo da fita.
Costa disse também que não informou seu superior porque "estaria tirando a competência dos demais órgãos envolvidos no caso". Ele se referia à Corregedoria, que tomou a decisão de prender administrativamente os policiais envolvidos no caso. "Eu não tinha o que levar ao comandante", disse.
Depois que a fita foi exibida no "Jornal Nacional" (segunda-feira, dia 31 de março), cinco oficiais foram afastados. O governador Mário Covas, irritado por ficar sabendo dos acontecimentos pela TV, informou que afastou os oficiais porque eles não haviam comunicado seus superiores sobre a fita.
Os depoimentos de ontem provam que o fato foi comunicado ao comando da PM e que dois dos oficiais afastados (coronéis Paulo Miranda de Castro e Luís Antônio Rodrigues) agiram corretamente.
Novos depoimentos
O ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho deve ser o próximo depoente na CPI de Diadema. Ex-secretário da Segurança Pública na gestão Quércia (entre 1987-91), teve seu depoimento marcado pela mesa diretora da comissão para a próxima terça-feira.
Também foram convidados outros dois ex-secretários -Odyr Porto e Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Eles declararam que a PM paulista era "incomandável" durante suas gestões.
"Queremos analisar o que mudou no alto comando da PM nas últimas administrações para melhor entender o que aconteceu nos últimos dias", disse o presidente da CPI, Carlos Sampaio (PSDB).
(CRISPIM ALVES)

Colaborou Fabio Schivartche

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