São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Aparelho é 'escritório' de jardineiro

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Uma bicicleta com mais de dez anos de uso é o "escritório" do jardineiro Antônio dos Santos, 41. Ele adotou o local como escritório ao adquirir, há um ano, um aparelho celular em Londrina.
Santos mora em uma chácara na zona leste da cidade. Distante 1.500 metros do primeiro ponto de ônibus, sem carro e trabalhando como jardineiro autônomo, ele disse que sua opção pelo celular foi "natural".
"Vejo muita gente usando o celular para mostrar que é bacana; eu tenho o aparelho como meio de vida, pois com ele consigo trabalhos que perderia por falta de comunicação."
Engenhoso, Santos adaptou um "porta-celular" para sua bicicleta e outro (usado na cabeça, com o aparelho acoplado ao ouvido) para utilizar quando trabalha com cortador de grama. "O cortador de grama é muito barulhento e eu perdia serviços por não ouvir as chamadas", justifica.
Santos disse que, quando comprou o celular, foi criticado até mesmo por amigos.
Segundo Santos, depois de adquirir o celular, seus rendimentos aumentaram 40% ao mês. Ele disse que tem hoje uma renda mensal líquida como jardineiro de R$ 500,00, com despesa mensal de celular em torno de R$ 45,00.
Santos afirma que o segredo para pagar pouco ao mês é "só utilizar o celular para receber pedidos de orçamento; ligações pessoais só em caso de emergência".
(JM)

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