São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Banco Itaú assume controle da Itauseg

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo Itaúsa, holding do Banco Itaú, decidiu transferir o controle acionário da Itaú Seguros S.A. (Itauseg) para o Banco Itaú.
O banco já controla a Itaú Previdência e Seguros S.A e a Itaú Capitalização S/A. "Em razão da interação desses produtos, entendemos que seria bem-vinda a coordenação dessas áreas pelo banco", diz Roberto Setubal, presidente do Banco Itaú.
O valor da Itauseg foi avaliado em R$ 500 milhões. O Banco Itaú assume o controle acionário (91,6%) da Itauseg, elevando o seu capital em R$ 200 milhões.
Setubal acredita que, com a transferência da Itauseg para o banco, o Itaú estará mais preparado para competir nos mercados de seguros, capitalização e previdência, nos quais espera crescimento.
"O mercado de previdência vai evoluir muito no Brasil. O Itaú está trabalhando em produtos mais transparentes nessa área. Não tenho dúvida de que a previdência será um grande ativo financeiro no Brasil."
O presidente do Banco Itaú acredita que em poucos anos as reservas acumuladas pelas companhias de previdência serão maiores do que as das companhias de seguros.
"Uma carteira de seguros de automóveis não acumula reservas, ao contrário de uma carteira de previdência."
Para ele, quem tem um plano de previdência também tem preocupação em adquirir um plano de seguro de vida. "Essa possibilidade de definir estratégias conjuntas é que nos levou a atuar de forma mais ordenada."
A Itaú Seguros tem cerca de 1.020 agentes e de 40 mil corretores. Com a transferência da Itauseg para o Banco Itaú, esses agentes poderão comercializar também planos de previdência. "A idéia agora é maximizar oportunidades."
A transferência da Itauseg para o Banco Itaú, segundo Setubal, não terá impacto imediato no resultado do banco. A amortização pode levar de cinco a dez anos, diz, dependendo do crescimento do mercado de seguros.
Luiz de Campos Salles, diretor-presidente do Itaú Seguros S.A., diz que a competição no mercado de seguro-automóvel, por exemplo, está superacirrada.
O preço médio do seguro de um automóvel, que em 1995 era R$ 1.100, caiu para R$ 896 no ano passado, diz ele. "No final de 1996, os preços pararam de cair, o que é uma conquista." Ele estima que de 15% a 20% da frota brasileira está segurada.
O seguro-saúde, que tem crescido mais, diz, já apresenta certo nível de saturação. O Itaú parou de atuar nesse mercado há dois anos porque considerou que "não era conveniente". Na previdência, o Itaú já espera dobrar as reservas neste ano.

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