São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Serelepe faz duelo com 'farahzetes'

MARCILIO KIMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Assim como as garotas "pompons", o esquilo "Serelepe" virou unanimidade entre os torcedores, mas como alvo de gozação.
Aos gritos de "esquilo viado", o mascote da Federação Paulista de Futebol, que foi criado este ano, acaba cumprindo sua função de animar o público.
Quem está "na pele" de Serelepe é o estudante de Propaganda e Marketing, Rodolfo Mauad de Souza, 20.
"A torcida gosta mesmo é das 'farahzetes' (em alusão à Eduardo José Farah, presidente da FPF). Todos ficam loucos quando elas entram", conta.
Rodolfo não se importa se as pessoas dão atenção ao esquilo somente para xingar, principalmente quando ele dança a "Dança do Bumbum".
"Eles têm mesmo que olhar para as farahzetes, em vez de brigarem, enquanto a bola não está rolando", afirmou.
Rodolfo é motivo de riso inclusive na faculdade. "No começo, ninguém acredita. Tenho que provar levando fotos. Depois, todo mundo cai matando."
Ao contrário do que parece, Rodolfo tem orgulho no que faz.
"Futuramente todos os times terão um mascote, como nos EUA. Vou contar para meus netos que fui o primeiro mascote do futebol brasileiro, que faço parte da história", diz.
O são-paulino fanático viu seu sonho de conhecer pessoalmente os jogadores realizado, além de ter acesso a todas as partidas.
Suor A condição de estrela nos espetáculos tem um preço alto para o Serelepe.
A roupa pesada e de pouca ventilação faz Rodolfo perder até três quilos por partida.
Enquanto atua por 15 minutos antes dos jogos e mais 15 minutos no intervalo, o mascote perde o mesmo peso que um jogador, que corre durante 90 minutos.
Esse foi o motivo pelo qual o estudante acabou na nova profissão.
Originalmente, uma das farahzetes era quem faria o Serelepe.
Mas na primeira partida do campeonato (entre São José e Palmeiras) fazia tanto calor que ela passou mal.
Rodolfo, que fazia parte do staff da empresa contratada para animar os jogos, acabou substituindo-a. Foi bem e assumiu.
"No começo era sacrificante. Além de quente, é muito difícil se movimentar. O rabo é a peça mais pesada, mas depois acostumei. Agora faço todos os movimentos."

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