São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997 |
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João Havelange planeja se tornar 'reitor'
FERNANDO ITOKAZU
O brasileiro, que há 23 anos é presidente da entidade que rege o futebol mundial, reafirmou sua intenção de deixar o cargo em 98, quando termina seu atual mandato. "Quero sair deixando saudades." Ele diz que pretende se dedicar à Academia Brasileira de Esportes, "a universidade da Fifa". * Folha - O senhor deixa mesmo a Fifa ano que vem, após o término de seu atual mandato? João Havelange - A minha decisão de deixar a Fifa é definitiva. E tenho minhas razões. O difícil na vida de um homem é o momento de sair de cena. Quero sair deixando saudade. Folha - Mesmo que os dirigentes solicitem sua permanência? Havelange - Mesmo assim. Folha - O que é a Academia Brasileira de Esporte, entidade para qual o senhor pretende se dedicar após deixar a presidência? Havelange - A Academia funciona em um castelo em Neuchatel, na Suíça, desde setembro do ano passado. O objetivo dela é formar dirigentes para gerenciar clubes e federações de futebol. Para isso, é necessário que o dirigente saiba, por exemplo, como administrar um orçamento e ter conhecimentos de segurança. Queremos formar um dirigente completo. É uma universidade da Fifa. Folha - Qual é o balanço que o senhor faz do período que presidiu a Fifa? Havelange - Realizamos grandes competições. Tivemos uma grande ajuda das regras do futebol, que são perfeitas. Quando bem estudadas e aplicadas corretamente, elas proporcionam bons espetáculos. Folha - Se as regras são perfeitas, a introdução de mudanças testadas pela Federação Paulista no campeonato passado, como o tempo técnico, é remota? Havelange - A possibilidade de adotarmos mudanças, como essa da Federação Paulista, a curto prazo é praticamente nula. As mudanças teriam que ser estudadas pela Comissão de arbitragem da Fifa e, caso aprovadas, seriam enviadas para a Internacional Board. E só seriam adotadas após dois anos. Como o senhor analisa a candidatura da CBF para o Brasil abrigar a Copa de 2006? Não serei mais presidente da Fifa em 2006. A CBF, como qualquer entidade afiliada, tem o direito de se candidatar. Tecnicamente, apenas os países da Ásia, que vão abrigar a Copa de 2002 (Japão e Coréia do Sul), não têm chances de acolher o campeonato de 2006. Todos os demais são livres para se candidatar. Texto Anterior: Brasileiros; Começar de novo Próximo Texto: Zagallo chama Dunga de volta à seleção para jogo com México Índice |
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