São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Los Angeles agora é ameaçada por vulcão

ADRIANE GRAU
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Depois de tantos terremotos, incêndios e deslizamentos de terra, chegou a vez de um vulcão tentar destruir a cidade de Los Angeles. O filme "Volcano", que tem no elenco Tommy Lee Jones e Anne Heche, chega aos cinemas dos Estados Unidos esta semana.
Segundo o diretor Mick Jackson, a idéia não é fazer um filme em que todos acreditem, e sim mostrar algo diferente.
"Nada é impossível", diz ele. "Mas é improvável que apareça um vulcão em Los Angeles. No entanto, a cidade faz parte do círculo de fogo do Pacífico, onde há vários vulcões", completa o diretor. Mesmo sendo uma possibilidade remota, porém, ele quis dar um tratamento realista ao desastre.
Foi assim que conseguiu autorização para filmar no Emergency Operations Center (leia texto ao lado) e no Beverly Center e no hospital Cedars-Sinai, marcos da cidade.
O ator Tommy Lee Jones conta que recebeu ordens expressas de criar Mike Roark, o gerente do EOC, como um homem comum.
"É o que me atraiu no personagem", diz ele. "Ele tem uma filha adolescente rebelde, um divórcio agressivo, uma casa bagunçada, um cachorro feio e roupas monótonas e é tão feliz quanto qualquer outra pessoa", afirma Lee Jones, Oscar de melhor ator coadjuvante por "O Fugitivo".
O ator Don Cheadle, que interpreta Emmit Reese, o assistente de Tommy Lee Jones no filme, conta que ficou frustrado por passar a maior parte das cenas dentro do escritório. "Se eu fizer outro filme de ação, quero participar da correria", diz ele.
O desafio de ter que atuar na frente de uma tela azul e não de um cenário real, comum em filmes do gênero, não aconteceu em "Volcano".
"Havia fogo e prédios explodindo, então os atores tinham um estímulo ao qual reagir", revela o diretor. "O mais difícil é lembrar do que já foi filmado e garantir que o atores tenham feito todas as cenas. Pois detalhes podem ser adicionados por computação, mas não há como mudar a interpretação", conta ele.
Tommy Lee Jones concorda. "Eu não coloquei minha vida em risco, mas alguns dias eram mais perigosos que outros", diz ele. "Sempre que há 500 pessoas dentro de um estúdio em chamas é perigoso, mas estamos lidando mais com a ilusão que com riscos verdadeiros."
Segundo ele, se preparar para as 40 noites de filmagens foi um desafio como o de qualquer outro personagem.
"No final, fiquei muito orgulhoso da equipe de efeitos especiais e dos atores, que esqueceram de seus egos e resolveram os problemas que surgiram." Ele conta ainda que dispensou o dublê e faz a maioria das cenas. "Sou sempre eu na tela", diz Lee Jones.
A atriz Anne Heche, que interpreta a geóloga Amy Barnes, também teve cenas perigosas, como quando um guindaste a carrega sobre lava fervente.
A "química" entre ela e Tommy Lee Jones sempre fica perto de acontecer, mas nunca se consuma. "Não quis colocar romance no filme, pois acho que já há ação suficiente", afirma o diretor.
Segundo Tommy Lee Jones, desastres não o assustam. Ele não mora em Los Angeles, e o último terremoto que presenciou foi há 18 anos. A situação mais próxima de perigo que viveu foi ajudar a extinguir o incêndio que quase destruiu seu rancho no Texas há dez anos. "Eu e os outros caubóis fizemos o que tínhamos que fazer", diz ele. "Destruímos o fogo."

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