São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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"Limitação do AltaVista é a sala"

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Florença, Itália, abril de 1995. Em meio a obras renascentistas, o engenheiro Paul Flaherty, então com 31 anos, pensava em um jeito de demonstrar o poder das novas máquinas da Digital.
Um artigo numa revista, sobre a dificuldade de buscar sites na Internet, deu a ele a idéia de criar uma unanimidade de público e crítica: o veloz AltaVista, caçador de endereços no ciberespaço.
Ele e dois colegas -Louis Monier e Michael Burrows- construíram um protótipo em menos de quatro meses e, dois meses mais tarde, entrou em operação.
"Inicialmente, nós usamos um AlphaServer 8.400 com dois processadores e 2 Gbytes de memória RAM para o servidor de banco de dados", disse Flaherty em sua rápida passagem pelo Brasil na semana passada.
Agora, são oito Alpha 8.400 com dez processadores de 300 MHz e 6 Gbytes de memória cada, operando o sistema Digital Unix e recebendo 30 milhões de acessos por dia de todo o mundo.
210 Gbytes
O banco de dados com os sites é armazenado em 210 Gbytes de discos rígidos. Complementando os servidores de base de dados, são usadas mais três estações de trabalho AlphaStation 500 como servidores de Web.
O projeto envolveu, inicialmente, três pesquisadores. O atual sistema de produção utiliza uma equipe de três engenheiros de software e três operadores.
Para Flaherty, o crescimento exponencial do uso da Internet não compromete a estrutura do AltaVista.
"Nossa única limitação é a sala das máquinas. Acabamos de concluir uma multimilionária instalação próxima ao prédio da Digital, e estamos nos mudando para a nova unidade."
Além da sede, em Palo Alto, EUA, o mecanismo dispões de sistemas que espelham seus dados na Austrália e na Suécia.
Espelho brasileiro
A Digital negocia a instalação de um espelho no Brasil, com apresentação em português.
O problema é o preço. Um espelho requer investimentos de US$ 2 milhões a US$ 3 milhões em máquinas, além de infra-estrutura de linhas telefônicas de alta velocidade.
O Brasil hoje responde pelo maior número de acessos ao AltaVista na América Latina -são 140 mil hits por dia, contra 20 mil do México, 10 mil da Argentina e 6.000 da Colômbia.
O avanço dos "pushers", programas que empurram as informações para o usuário, também não assusta o pesquisador. "O importante é oferecer uma interface consistente para a busca, não importa onde a informação esteja."
Sua visão de futuro inclui micros menores, mais baratos e sem fio, e tecnologia de tradução avançada, que derrubará aos poucos a barreira das línguas.
Além do Alta Vista (http:// www.altavista.digital.com), Flaherty costuma fazer regularmente pesquisas pelo Yahoo! (http://www.yahoo.com).
Seus sites favoritos, além de AltaVista e Yahoo!, são o de quadrinhos The Dilbert Zone (http://www.unitedmedia. com/comics/dilbert/), o diretório de telefones The Four11 (http://www.four11.com), e de uma série de jornais norte-americanos e japoneses.

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