São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 1997 |
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'Quem pede trégua é porque reconhece que é fraco'
PATRICIA ZORZAN
Na prática, isso significa que o movimento não vai aceitar a proposta de "trégua" que o presidente Fernando Henrique Cardoso fará na audiência de sexta-feira com os líderes dos sem-terra. "Isso não está nem em questão. Nós não pedimos trégua. Eles pediram. E quem pede trégua é porque reconhece que é fraco, que está derrotado", declarou ontem o líder sem terra José Rainha Jr. "Nossa forma de exercer pressão é fazendo ocupações. É engraçado pedirem trégua. Só vai haver trégua se eles fizerem a reforma agrária. O único jeito de acabar conosco é esse", afirmou ele. Após ter se referido ao movimento como "primitivo" durante viagem à Europa em fevereiro, FHC tem se esforçado para demonstrar boa vontade em relação à entidade dos sem-terra. A súbita mudança de atitude por parte do governo inclui a liberação de verba de R$ 215 milhões para melhorar a infra-estrutura de assentamentos, desapropriações de terras de devedores da Previdência e até a disposição de receber líderes do movimento em audiência. "O que o FHC fala tem 10% de credibilidade", declarou Enio Bonenberger, da direção do MST. Ele afirmou ainda que as terras oferecidas pelo governo se concentram nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. "Das 47 mil famílias acampadas no Brasil, 60% são do Sul e do Sudeste. Como nossa proposta é de assentar o trabalhador em sua região de origem, isso não adianta nada", disse. Texto Anterior: Jungmann tenta falar com Rainha Próximo Texto: Privatização pode pagar reforma agrária Índice |
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