São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 1997
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Soro de Campinas estava contaminado

DA FOLHA CAMPINAS; DA FOLHA VALE

Análise feita pela Maternidade de Campinas (99 km a noroeste de São Paulo) em material colhido de quatro recém-nascidos mortos que teriam recebido NPP (Nutrição Parenteral Prolongada) confirmou a existência da bactéria Enterobacter cloacae na medicação.
A informação foi divulgada ontem em nota oficial assinada pela delegada Maria Cecília Fávero.
Essa é a primeira nota da delegada após a divulgação, na última sexta-feira, do laudo do IML (Instituto Médico Legal) de Campinas, que analisou os prontuários médicos de dez pacientes.
No dia 2 deste mês, o Instituto Adolfo Lutz de Campinas confirmou a existência dessa bactéria em 17 amostras colhidas nos hospitais onde foram registradas as mortes.
O laudo da maternidade deve ser remetido à delegada. Ontem, Maria Cecília ouviu dois médicos e duas enfermeiras do hospital que acompanharam os plantões dos dias 22 e 23 de março, quando ocorreram as mortes. De acordo com a nota, os médicos disseram que o quadro dos quatro bebês era o mesmo até a morte.
A comissão que investigou o caso de NPP em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP) não encontrou relação entre as seis mortes ocorridas no Hospital Municipal e o uso do preparado.
Segundo a secretária da Saúde de São José, Quintina Diniz de Figueiredo Dominguez, 47, a comissão espera o resultado das amostras do NPP do laboratório Tecnopharma, analisadas no Adolpho Lutz.
A coordenadora da comissão, Vilma Soares Carnevale Ito, disse que o exame de sangue dos pacientes revelou que as bactérias presentes não eram as mesmas do laudo feito em Campinas.
O NPP é um preparado administrado para pacientes que não podem se alimentar por via oral ou sonda. Atualmente, o hospital recebe o produto do laboratório Farmoterápica, aprovado pela Vigilância Sanitária.

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