São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997 |
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CNBB recusa o papel de intermediária
LUIS HENRIQUE AMARAL
O governo contava com a confiança que o MST deposita na Igreja Católica. O movimento surgiu a partir de organizações como a Comissão Pastoral da Terra e as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Ao mesmo tempo, Jungmann sabia que d. Lucas é contra as invasões de terra. Sua posição é amparada em discurso aos bispos brasileiros em que o papa João Paulo 2º condena as invasões. "Do ponto de vista da moral cristã, não é defensável qualquer tipo de invasão", disse ontem d. Lucas. As recusar o convite, d. Lucas argumentou ao ministro que não tinha garantias de que o governo e o MST aceitariam as condições que seriam impostas por ele. Além disso, d. Lucas não tinha certeza se o MST aceitaria sua mediação, e também se os ruralistas veriam com bons olhos que a igreja assumisse esse papel. "Seria impossível oferecer esse serviço", disse d. Lucas aos bispos. Os motivos que levaram d. Lucas a recusar o convite do governo foram expostos no primeiro dia da 35ª Assembléia Geral da CNBB, que começou no dia 9 e terminou ontem em Itaici (distrito de Indaiatuba, 110 km de São Paulo). Assembléia Em entrevista após o final da assembléia, d. Lucas tentou amenizar os recentes atritos entre a CNBB e o governo federal. No encontro, foi divulgado um documento do Ibrades, um órgão da CNBB, que acusava o governo de "corrupção" na aprovação da emenda da reeleição de FHC. O Planalto rebateu o documento e a CNBB afirmou que o estudo não era oficial da entidade. "Não criticamos governos, apenas levantamos questionamentos éticos sobre sua atuação", disse d. Lucas. A CNBB divulgou dois documentos com críticas ao governo, um contra a privatização da Vale e outro acusando FHC de priorizar a estabilidade econômica em detrimento do setor social. O governo não respondeu aos documentos. Texto Anterior: Segurança do Planalto barra três 'extras' Próximo Texto: Oposição é 'surfista e náufraga', diz FHC Índice |
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