São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACM quer teto de R$ 8 mil para senadores

DA AGÊNCIA FOLHA

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães, disse que vai lutar para os senadores continuarem recebendo salário de R$ 8.000.
"Defendo o teto do Supremo (R$ 12.720) como parâmetro, mas acho que os senadores devem continuar recebendo R$ 8.000 por mês."
A discussão do teto para deputados, senadores e demais cargos transitórios vem bloqueando uma definição para a votação da reforma administrativa.
A reforma deve ficar em banho-maria na próxima semana. Os líderes governistas vão tentar votar os destaques menos polêmicos, mas não têm garantidos votos necessários para os pontos considerados fundamentais.
Com o presidente FHC em viagem ao Canadá e o ministro das Comunicações, Sérgio Motta -o articulador político informal do governo-, em Paris, será difícil o entendimento para concluir o primeiro turno da votação.
"A ausência do presidente e a indefinição no ministério vão desacelerar o ritmo das votações", afirmou o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA). O partido está negociando com o presidente a nomeação dos ministros dos Transportes e da Justiça.
Os líderes governistas têm reunião terça-feira para definir o que será votado nesta semana. "Uns dois ou três destaques", segundo Aécio. Entre os destaques não estará o que mantém a estabilidade dos servidores, apresentado pela oposição. Para derrubar o destaque, o governo precisa de 308 votos.
Discussão
"Não vamos votar a todo custo", afirmou o líder do PSDB, Aécio Neves (MG), que nesta semana se desentendeu com o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
Os dois trocaram ofensas e ameaçaram partir para o confronto físico.
ACM chegou a dizer que Inocêncio "exagerou" no episódio.
"Eu acho que o Inocêncio está certo, mas ele não tem o direito de exagerar na linguagem", disse ACM, após participar, no Palácio de Ondina (residência oficial do governo baiano), da assinatura de um protocolo para a implantação de uma refinaria na Bahia.
Anteontem, Inocêncio Oliveira se referiu ao líder tucano como "moleque". Em resposta, Aécio Neves disse que estava pronto para resolver o impasse em outro campo, fora do debate de idéias.
"Isso é um arrufo (ressentimento passageiro) e não briga", disse ACM. "Essa discussão não atrapalha em nada a votação da reforma administrativa", afirmou.
Segundo Aécio, a briga está "sepultada". No centro da disputa está o interesse do PSDB pela liderança do governo, vaga ocupada atualmente pelo deputado pefelista Benito Gama (BA).

Texto Anterior: Leia trechos da entrevista do presidente
Próximo Texto: Para Campos, FHC tem "sotaque socialista"
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.