São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Justiça marca depoimentos de acusados de espancamento

VAGNER MAGALHÃES
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Justiça marcou para o dia 9 de maio o primeiro depoimento dos oito policiais militares e cinco civis envolvidos no suposto espancamento de presas em Santa Rosa do Viterbo (305 km de SP), no dia 12 de janeiro.
Eles são acusados por lesão corporal e abuso de autoridade durante a ação para conter um protesto na cadeia pública da cidade.
As detentas afirmam que o protesto era pacífico.
O juiz-substituto de Santa Rosa do Viterbo, Roger Benites Pellicani, acatou anteontem denúncia formulada pelo promotor da cidade, André Luiz Bogado Cunha.
Os PMs envolvidos na ação só responderão na Justiça comum pela acusação de abuso de autoridade, que não está prevista no Código Penal Militar.
A acusação por lesão corporal será julgada pela Justiça Militar. As 12 presas responderão a processo sob acusação de ter iniciado o motim que gerou a ação.
"As presas serão ouvidas em Altinópolis, para onde foram transferidas após o caso", disse.
"Por termos de ouvir 25 pessoas, não há como prever o tempo de duração do processo."
Ele disse que os depoimentos prestados em Santa Rosa deverão ficar a cargo do juiz Júlio César Balerini, titular da cidade.
O ouvidor da polícia do Estado de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, afirmou ontem que o fato de a denúncia ter sido acatada pela Justiça já é um grande avanço.
Porém, ele discorda do indiciamento das presas. "Não há nenhum indício de que elas tivessem participado de um motim", afirmou o ouvidor.
O delegado de Santa Rosa, Helton Testi Renz, afirmou que não houve excesso por parte da polícia.

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