São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Comissão vai investigar se houve fraude

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central criou ontem uma comissão de inquérito para apurar se houve irregularidades na administração do Bamerindus, sob intervenção desde março.
O Banco Central pretende investigar se a diretoria maquiou os balanços da instituição, escondeu eventuais prejuízos ou realizou operações de empréstimos irregulares.
A Folha apurou que há indícios de que a administração do Bamerindus possa ter realizado empréstimos para empresas do grupo, o que sofre restrições legais.
Prazo
A comissão é presidida por Tales Adalberto Eickoff. Ele presidiu a comissão de inquérito instalada no Banco Econômico, que também sofreu intervenção, em agosto de 1995.
A comissão tem prazo de 120 dias, prorrogável por igual período, para apresentar o relatório do inquérito.
O Banco Central decretou a intervenção no Bamerindus após a tentativa de quase um ano do principal acionista, senador José Eduardo Vieira (PTB-PR), ex-ministro da Agricultura de FHC, de conservar o controle da instituição.
No período próximo à intervenção, o Bamerindus estava totalmente descapitalizado.
O banco chegou a acumular um rombo de quase R$ 1 bilhão nas suas reservas bancárias -recolhimentos compulsórios e recursos disponíveis no caixa para cobrir compensação de cheques.
Além do Bamerindus, o BC também decretou intervenção na Bamerindus Participações Empreendimentos, Bastec Tecnologia e Serviços Limitada e Fundação Bamerindus de Assistência Social.
O Bamerindus foi absorvido pelo grupo inglês HSBC (Hongkong and Shanghai Banking Corporation). O HSBC desembolsou US$ 400 milhões pela marca.

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