São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Consumo enfraquece, mostra pesquisa

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumo mostra-se num ritmo mais fraco neste mês, segundo lojistas ouvidos pela Folha e pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
A federação consultou 370 empresas e constatou que 55% delas faturaram na primeira quinzena deste mês menos do que em igual período do ano passado.
O levantamento foi feito sobretudo com o comércio de roupas, tecidos e calçados localizados nas ruas, e não em shopping centers.
Dessas 203 lojas que registraram queda nas vendas, 17% viram o faturamento cair mais do que 30%. Para 12% delas, essa queda foi de até 10%; para 25%, entre 10% e 20%, e para 11%, entre 20% e 30%.
Para 26% das 370 consultadas, as vendas nas duas primeiras semanas deste mês permaneceram iguais às do mesmo período de 96.
Para 16% delas, o crescimento foi de até 30%. Apenas 2% das ouvidas pela federação informaram que o faturamento aumentou mais do que 30% no período.
"O consumo está devagar. A previsão dos lojistas para este mês é, na melhor das hipóteses, faturar o mesmo do que em abril de 1996", afirma Mônica Hage, economista da federação.
Vestuário
As lojas de roupas e calçados, em particular, diz ela, devem registrar aumento de 2% a 3% nas vendas neste mês com relação a 1996, por conta do Dia das Mães. "Os preços desses produtos caíram."
As lojas especializadas em eletroeletrônicos informam que, para manter o faturamento, trabalham duro nas promoções.
A Lojas Cem, por exemplo, faturou, do dia 1º ao 17º deste mês, o mesmo do que em igual período do mês passado e 10% a mais do que em igual período de 1996.
"Vale lembrar que há um ano tínhamos 56 lojas, e hoje, 64. Se levado em conta o número de lojas, a nossa receita está igual à de um ano atrás", diz Natale Dalla Vecchia, diretor da Cem.
Ele esperava para este mês faturamento 15% a 20% maior que em 96. Sua empresa, diz, está bem preparada para atender à demanda do Dia das Mães.
"Estamos prontos para comercializar em maio o dobro do previsto para este mês e 20% a mais do que em igual período de 1996."
No Magazine Luiza, diz Luiza Helena Trajano Rodrigues, diretora, o faturamento cresceu por conta da aquisição da Casas Felipe.
"O primeiro trimestre foi muito difícil. Nosso esforço promocional foi gigantesco", diz ela, para quem as indústrias estão bem estocadas, sobretudo de eletrodomésticos.
Pelo levantamento da federação, o estoque no comércio não está tão alto. Para 43% das lojas permanece igual ao do ano passado; para 36%, menor; e para 17%, maior.

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